8 de julho de 2008

MÉDICO COBRA PELA REALIZAÇÃO DE EXAME EM HOSPITAL PÚBLICO

Fernando Slovinski pediu R$ 3,5 mil por tomografia e biópsia em hospital público da Capital
O médico Fernando Slovinski, chefe do departamento de radiologia do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, foi afastado temporariamente da instituição após ser flagrado pela RBS TV cobrando R$ 3,5 mil para realizar um exame de tomografia e uma biópsia sem que a paciente precisasse aguardar na fila de espera do serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com fortes dores no ombro, a paciente foi ao Hospital Celso Ramos, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O médico, após analisar o resultado do exame de raio X, disse que poderia ser um câncer.
A paciente, uma agricultora de 53 anos que não quis ser identificada, relatou o fato da seguinte forma: “ele falou assim pra nós: “Olha, com certeza ela tem um negocio muito sério, um tumor, e vocês precisam fazer essa biopsia agora. O que pode acontecer? Eu poderia encaminhar vocês para a minha clínica, lá na Rio Branco, mas lá vocês vão gastar, lá é muito mais caro. Eu também poderia colocar vocês aqui na fila de espera do hospital, ia ser uma espera de uns dois ou três anos, que ela não ia agüentar e ela não pode esperar. “Mas como eu quero ajudar vocês, eu vou fazer o tratamento dela aqui dentro, só que tem que ficar aqui, morre nessas quatro paredes, ninguém pode saber de nada”.
De acordo com o relato da família, o medico teria pedido R$ 3,5 mil para fazer o exame dentro do hospital. Ficou acertado o pagamento em duas vezes: uma parcela de R$ 3 mil e o restante na entrega do resultado. Ao dar o diagnóstico, o médico Fernando Slovinski confirmou a negociação. A família gravou tudo com uma microcâmera. Na hora da apresentação dos resultados o médico disse que era apenas uma bactéria: “Estafilococos, uma bactéria feroz”.
A Secretária de Saúde afastou o médico e instaurou uma sindicância no Hospital Governador Celso Ramos, um dos maiores hospitais públicos de Santa Catarina. O Conselho Regional de Medicina disse que vai abrir um processo ético contra o médico. O Ministério Público Estadual pediu a abertura de um inquérito policial.

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