3 de julho de 2008

DIAGNÓSTICO DA INFLAÇÃO SEGUNDO O ESTADÃO

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O Relatório de Inflação divulgado quarta-feira pelo Banco Central (BC) é bem mais sombrio que o do primeiro trimestre, publicado em março, e bem mais incisivo quanto aos perigos à frente. As pressões inflacionárias, inicialmente localizadas em alimentos, petróleo e outras matérias-primas, já se disseminam e afetam um número cada vez maior de produtos. É preciso, portanto, conter o repasse e o contágio. Sem isso, a inflação crescente será incorporada nas expectativas de consumidores e empresários e o seu controle se tornará mais difícil. O quadro ficará ainda mais complicado se os agentes começarem a tentar recompor salários e preços, movimentando uma espiral de aumentos contínuos. Há um dado positivo, no entanto, nesse mesmo alerta: os dirigentes do BC não mostram complacência nem tranqüilidade em face de uma inflação que ainda é menor que a da maior parte das grandes economias emergentes. O Relatório de Inflação, como os anteriores, expõe um amplo quadro da economia brasileira, analisa as condições internacionais e avalia as perspectivas de expansão econômica, de variação dos preços e de evolução das contas externas. Além disso, traz uma seção especial, e muito convincente, sobre a importância da ação preventiva contra a inflação. Como na medicina, a análise da experiência vivida pela atual direção do BC mostra as vantagens do diagnóstico precoce e da ação rápida. O resultado é mais seguro e o tratamento é menos doloroso: "pressões inflacionárias oriundas de excesso de demanda sobre oferta tendem a ser mais facilmente controladas no estágio inicial, antes de contaminar as expectativas dos agentes e as decisões de preços e salários de forma persistente". O problema é resolvido com menor perda de produto real.

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