2 de agosto de 2011

Jucá pede desculpas a Dilma por declarações de irmão exonerado

 O senador Romero Jucá, líder do governo na Senado, pediu desculpas à presidente Dilma Rousseff, pelas declarações do irmão, Oscar Jucá Neto, que disse à revista Veja que havia um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura com vistas a beneficiar o PMDB e o PTB. O senador aproveitou o final da reunião da coordenação política para conversar com a petista. - "A presidente ouviu [as explicações] e disse que está tudo bem", afirmou o senador.

Conhecido como Jucazinho, o irmão do senador foi exonerado da diretoria da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ao autorizar, sem permissão e sem especificar a finalidade dos recursos, um pagamento a uma suposta empresa de fachada. "Participei da reunião de coordenação nesta manhã e, ao final, conversei com a presidente Dilma, expliquei o episódio, pedi desculpas, marquei minha posição contrária à entrevista do meu irmão e prestei solidariedade ao ministro Wagner Rossi. A presidente ouviu e disse que está tudo bem", confirmou Jucá. Na fala à publicação, o irmão de Jucá relatou um suposto "acerto" no atraso do pagamento de R$ 14,9 milhões em dívidas à Caramuru Alimentos, empresa de armazenagem de grãos. De acordo com ele, o acerto aconteceria porque representantes da Conab queriam aumentar o valor para R$ 20 milhões. Deste total, R$ 5 milhões seriam repassados por fora. Oscar Jucá disse que não autorizou o pagamento, mas a denúncia o derrubou da direção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última quarta-feira (27).

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentou junto à Comissão de Agricultura da Casa um requerimento para que o ministro Wagner Rossi dê explicações sobre o caso.

"Estamos diante de um modelo promíscuo em que a corrupção se instalou em todas as áreas do governo, tanto no primeiro quanto no segundo escalão. O ideal seria constituir uma CPI da corrupção, mas sabemos das dificuldades", admitiu Dias.

Participaram da reunião de ontem com a presidente o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Miriam Belchior; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho; de Relações Institucionais; Ideli Salvatti; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e de Minas e Energia, Edison Lobão, além dos líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) e no Congresso, Mendes Ribeiro (PMDB-RS)

AGRICULTURA NÃO CONTROLA GASTOS, DIZ TRIBUNAL

Tribunal de Contas diz que Ministério da Agricultura não controla gastos com operações milionárias

 Mais recente foco de denúncias de corrupção no governo, o Ministério da Agricultura, comandado pelo PMDB, não exerce o controle adequado sobre operações milionárias executadas pelo próprio órgão, abrindo brecha para desvios e outras irregularidades, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União).

A auditoria do tribunal, aprovada em junho deste ano, foi feita no ministério e em órgãos a ele vinculados, como a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

"[Verifica-se] a inexistência de uma sistemática efetiva de controles internos no ministério, o que se mostra temerário por tratar-se de um órgão que exerce a fiscalização de transações de grande valor econômico", diz o relatório.


O ministério é comandado desde abril de 2010 por Wagner Rossi (PMDB-SP), indicado ao cargo pelo vice-presidente Michel Temer, também do PMDB paulista. Rossi, também por indicação de Temer, presidiu a Conab de junho de 2007 a março de 2010.


O mais grave dos problemas verificados pelo TCU, segundo o órgão, envolve as fiscalizações atribuídas ao ministério e à Conab. Cabe a esses órgãos fiscalizar estoques privados de alimentos, além de condições fitossanitárias e processos de importação e exportação de alimentos e insumos.


Dependendo da situação encontrada, os órgãos podem aplicar multas ou determinar outras sanções. Só este ano, já foram arrecadados R$ 17,6 milhões em multas.


Também foram constatadas falhas na emissão de laudos de perdas agrícolas, que servem de base para a liberação, pelo governo, de pagamentos do seguro rural.


Outro problema ocorre nas liberações de créditos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), que tinha R$ 2,1 bilhões de recursos para a safra 2010/2011. Ainda hoje não há um sistema informatizado para controle das operações do fundo: tudo é feito manualmente, aponta o TCU.


O Ministério da Agricultura foi alvo de ataques do ex-diretor da Conab Oscar Jucá Neto



Dilma não fala sobre denúncias

A postura da presidente contrasta com a tomada de decisões relacionada à Pasta dos Transportes



A presidente Dilma Rousseff não cobrou explicações do senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, sobre as denúncias feitas pelo seu irmão Oscar Jucá Neto, ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a respeito de casos de corrupção no Ministério da Agricultura.

O senador era um dos participantes da reunião de coordenação do governo, na manhã de ontem, no Palácio do Planalto. Segundo a ministra Helena Chagas (Comunicação Social), as denúncias a respeito da pasta, comandada pelo PMDB, não foram abordadas. Também não está prevista, segundo ela, uma conversa entre a presidente e Jucá para discutir o assunto.

Em entrevista à revista "Veja", o irmão de Jucá, exonerado após determinar o pagamento de R$ 8 milhões a um armazém em nome de laranjas, acusa o ministério comandado por Wagner Rossi (PMDB), afilhado político do vice-presidente Michel Temer, de retardar um pagamento determinado pela Justiça ao armazém Caramuru.

 
A Conab também teria vendido um terreno em área valorizada de Brasília por um quarto do valor de mercado a um vizinho do senador Gim Argello (PTB-DF), também com influência política dentro do ministério.

A postura de Dilma em relação ao caso contrasta com a atitude tomada por ela na crise dos Transportes, comandado pelo PR, quando determinou uma "faxina". A consequência foi a exoneração de 22 pessoas.

 
Nordeste

A presidente Dilma destacou ontem as ações prioritárias anunciadas pelo governo na semana passada para o Nordeste. Em seu programa semanal "Café com a Presidenta", ela falou de estratégias nas áreas de saneamento, educação, saúde e agricultura familiar. Segundo Dilma, a expectativa com o programa Água para Todos é obter o mesmo resultado do Programa Luz para Todos, que fornece energia elétrica para 2,8 milhões de moradias no País.

O governo pretende apoiar a produção de 250 mil agricultores familiares extremamente pobres até 2014. Destacou a parceria com redes de supermercados para a compra e a venda de produtos da agricultura familiar. Na área de saúde, serão construídas 638 Unidades básicas de Saúde (UBS). A realização de mais de 7 milhões de consultas, a entrega de 3 milhões de óculos para estudantes e o fornecimento de quase meio milhão de próteses dentárias

PR cobra mesmo tratamento de Dilma a denúncias na Agricultura

"Que a presidenta da República tenha um só comportamento em relação a todos os ministérios", disse Lincoln Portela



A nação brasileira quer que haja uma só balança nos julgamentos das questões de denúncias dentro dos ministérios no governo", diz Portela

O PR viu Alfredo Nascimento,, que é da sigla, renunciar ao cargo de ministro dos Transportes no mês passado em meio a denúncias de corrupção dentro da pasta, com a participação de integrantes do partido. As denúncias motivaram uma "faxina" no ministério, com a saída de vários servidores, a maioria deles ligados ao PR.

"Que a presidenta da República tenha um só comportamento em relação a todos os ministérios. Houve uma denúncia, então que (ela) aja da mesma maneira", disse Portela a jornalistas após reunir-se com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. "A nação brasileira quer que haja uma só balança nos julgamentos das questões de denúncias dentro dos ministérios no governo."



No fim de semana, Oscar Jucá Neto, ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), acusou o ministro da Agricultura,Wagner Rossi, de lhe oferecer propina em troca de silêncio sobre casos de fraude e corrupção, segundo reportagem da revista "Veja".

Jucá Neto é irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Apesar do tom, Portela preferiu não comparar o episódio dos Transportes com o atual, mas considerou as denúncias como "graves, que precisam ser apuradas."

Ideli recebeu líderes dos partidos aliados para traçar as prioridades do governo para o semestre. Mas, em separado, reuniu-se com Portela e o deputado Luciano Castro (PR-RR).

O encontro reservado ocorre na véspera do retorno de Nascimento ao Senado. Há a expectativa que ele use seu discurso para comentar as denúncias de corrupção que forçaram sua saída do cargo.

O momento também é delicado nas relações do Planalto com o PR, desgastada com a crise nos Transportes e o processo de substituição de Nascimento. Portela fez questão de destacar que a escolha do sucessor de Nascimento, Paulo Sérgio Passos, "é uma indicação pessoal da presidenta da República e da cota dela".

"Essa preocupação do governo... não adianta querermos tapar o sol com a peneira. Há uma preocupação do governo com o Partido do República," disse Portela, que reconheceu haver "focos de insatisfação" na sigla. Ele defendeu rigor na punição dos culpados por irregularidades, mas que todos possam se defender. "Estado policial é lá em Cuba", disse.



CERVEJARIA JAPONESA COMPRA A SCHINCARIOL

Schincariol é comprada por cervejaria japonesa

Grupo Kirin pagou por R$ 3,95 bilhões

A problemática Schincariol vai ajudar a deficitária Kirin?

Enquanto a Schin não consegue crescer, a Kirin encolhe no Japão – essa parceria pode dar certo?

Compra da Schin pela Kirin altera todo setor de bebidas no Brasil

Cervejaria japonesa atua em outros segmentos, como sucos, vinho e água mineral, e usará Schincariol como base na América Latina

A aquisição da cervejaria brasileira Schincariol pela japonesa Kirin deve ter impacto em todo o setor de bebidas no Brasil. “Além de cervejas, a Kirin possui outras operações no setor, como sucos, vinhos e água mineral. A entrada na empresa no Brasil deve mexer com todo o mercado de bebidas”, avalia o consultor Adalberto Viviani, da Concept Marketing e Comunicação, especializada no setor.

Na sua avaliação, a Kirin deve utilizar a Schincariol como uma plataforma para se expandir para outros segmentos no Brasil e também como uma base para se consolidar na América Latina.

“Essa aquisição irá fortalecer a estratégia integrada de bebidas do grupo, dando à Kirin uma base sólida no crescente mercado brasileiro, aliada às bases existente na Ásia e Oceania”. A empresa é a segunda maior do setor cervejeiro e a terceira maior em bebidas não-alcóolicas..

A empresa já convocou uma conferência com jornalistas no Japão para falar sobre a aquisição.

Uma nota veiculada no site do grupo japonês ressaltou que a Schincariol é a segunda maior produtora de cervejas do Brasil, e a Terceira maior en bebidas não alcóolicas, sendo conhecida pelas marcas Nova Schin, Devassa, Glacial, Baden Baden e Eisenbahn. O grupo também produz refrigerantes, sucos e água mineral, alcançando o terceiro lugar na produção de bebidas não-alcoólicas no país. A empresa tem uma rede com 13 fábricas em todo o Brasil.

A Kirin afirmou aos investidores que a transação vai lhe garantir “uma sólida plataforma em um mercado emergente promissor”. Sim, o Brasil é um belo mercado para venda de cerveja, mas o problema é que a Schincariol está patinando há anos no segundo lugar, sem apresentar aumento expressivo de participação. Enquanto isso, assiste à Petrópolis ameaçar seu segundo lugar.

Devassa e escanteada

O motivo provável da venda seria o fracasso do lançamento da Devassa Bem Loura. Lançada com estardalhaço, a meta da marca era encerrar 2010 com uma fatia de 1,5% de mercado. O resultado, segundo reportagem de EXAME, ficou bem aquém: 0,2%.

Mas a Kirin será capaz de dar uma guinada na Schincariol, a ponto de a cervejaria crescer com fôlego. Ao comunicar a aquisição ao mercado, a empresa japonesa não se fez de rogada: afirmou que as vendas da brasileira crescerão 10% ao ano.

Para isso, vai investir no lançamento de produtos de maior valor agregado, além de reforçar as marcas já pertencentes à Schincariol. Promessas à parte, o ponto é que isso envolve dinheiro – e a Kirin fez questão de enfatizar que a sua prioridade continua ser crescer e se tornar líder nos mercados da Ásia e da Oceania

Surpresa

A compra da Schincariol pela cervejaria japonesa surpreendeu o setor, embora já se soubesse que a empresa asiática tinha interesse em se expandir no mercado latino-americano, avalia Viviani. A Kirin fez jus à conhecida discrição dos japoneses, que costumam ser reservados na condução de seus negócios.

O preço pago, porém, ficou dentro do esperado.

Sócio brasileiro

A Kirin pagou R$ 4 bilhões por 50,5% do capital da cervejaria brasileira que pertenciam aos irmãos Adriano e Alexandre Schincariol. Os 49,5% restantes continuarão com um dos membros da família, Gilberto Schincariol.

Esse foi considerado um dos aspectos críticos na venda da companhia e que teria afugentando os demais compradores, como a Heineken, segundo fontes do setor. A cervejaria holandesa pretendia comprar todo o capital da Schincariol.

Mas uma fonte do mercado acredita que, no futuro, Gilberto Schincariol também acabe vendendo sua participação. O empresário não teria vendido agora suas ações porque avalia que receberá um preço maior por elas mais adiante, acredita um executivo do ramo.

Briga com a AmBev

A Schincariol, que detém 11% de participação no mercado brasileiro de cervejas, enfrenta uma dura competição da AmBev, que controla entre 68% e 69% do mercado. Já era esperado que mais cedo ou mais tarde a família Schincariol "jogasse a toalha".

Com a venda da Schincariol, a Petrópolis, dona da marca Itaipava, transforma-se em uma sobrevivente, passando a competir agora com dois gigantes mundiais. A marca de cerveja detém cerca de 8% do mercado e está voltada para a classe C.

Mas a aquisição da Schincariol deve, na avaliação de uma fonte, valorizar indiretamente a Petrópolis, transformando-a na única empresa que ainda resta ser vendida.

ROSSI REAJE E DIZ QUE SÃO "MENTIRAS" ACUSAÇÕES NA AGRICULTURA

Ministro diz que Oscar Jucá Neto tentou transformar uma irregularidade que ele cometeu em fato político


O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, rebateu nesta segunda-feira as acusações sobre sua gestão à frente da pasta e classificou de "mentiras" as denúncias feitas por um ex-diretor da Conab, que disse ter recebido uma oferta de propina para se calar sobre casos de irregularidades no órgão.

Além de reagir às afirmações dadas à revista "Veja" por Oscar Jucá Neto, ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Rossi disse ter pedido a líderes de seu partido, o PMDB, que não dificultem investidas da oposição para que ele vá ao Congresso dar explicações.

"Pego em um flagrante irregularidade grave e tendo sido responsabilizado por isso, ele tentou transformar um caso administrativo, em que todas as providências foram tomadas, em um grande caso político", disse o ministro em entrevista, de acordo com informações da Agência Brasil

Jucá Neto foi demitido de seu posto na Conab, na semana passada, após ser alvo de denúncias de irregularidades publicadas na mesma revista.

O ministro negou que o episódio tenha criado problemas com o líder governista. Ele disse que Romero Jucá apenas lhe falou "que tomasse as providências que achasse conveniente e que, se possível, minimizasse os danos para o irmão dele, o que é natural".



JOBIM DIZ QUE CONTINUAR NO GOVERNO LHE DÁ PRAZER, MAS DILMA VAI NOMEAR TEMER PARA A DEFESA

Após desgaste por ter declarado voto em Serra, Jobim faz juras de amor ao Planalto, mas Dilma estuda indicar vice-presidente para o ministério


O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, ontem, que tem prazer em continuar no cargo, e negou que esteja "pedindo para sair" do governo. Eu estou no governo porque me dá prazer", disse o ministro.

Questionado se perdeu poder no governo atual, o ministro negou. "Absolutamente, continua a mesma coisa", disse.

Nos últimos dias, a presidente Dilma Rousseff vem cogitando adotar no Ministério da Defesa a mesma saída à qual recorreu seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, quando perdeu seu ministro José Viegas, no fim de 2004: substituir o titular da pasta pelo vice-presidente da República. Na ocasião da demissão de Viegas, José Alencar assumiu o posto que Dilma agora pensa em dar a Michel Temer.

Ontem à noite, a presidente se reuniu com Temer por mais de uma hora. O peemedebista, entretanto, resiste à ideia. Seus fiéis colaboradores no partido têm dito a ele que, no papel de vice-presidente, está mais solto para cuidar da política. Como ministro, não teria tanto tempo assim. Além disso, Nelson Jobim não deseja deixar o cargo. Depois de ter irritado Dilma ao dizer que havia votado no adversário dela, José Serra, na eleição presidencial do ano passado, Jobim aproveitou uma entrevista dada ontem ao programa Roda viva, da TV Cultura, em São Paulo, para tentar reconstruir os laços com a presidente. Ele justificou a revelação de que votou no tucano alegando que "todo mundo sabia" das suas relações com o ex-governador paulista. "Não sou dissimulado. Sempre disse o que pensava e o que fazia", destacou.

Voto em Serra

A presidente Dilma não teria gostado da declaração do ministro, que declarou que votou em Sera, segundo registraram vários blogs.

Jobim explicou que, durante a campanha de Dilma, conversou com o presidente Lula e disse que era amigo pessoal do candidato do PSDB, por isso "não tinha condições nenhuma (sic) de fazer campanha contra Serra".

Jobim disse que a decisão do cargo de ministro é sempre da presidente Dilma. "Evidentemente, há um projeto de que eu sou entusiasta, que é a implantação de todo um modelo de defesa. Se puder continuar, tudo bem; se não puder continuar, tudo bem", afirmou.

O ministro também falou da reportagem publicada domingo no jornal Folha de S.Paulo sobre uma investigação da Procuradoria Geral de Justiça Militar de suspeita de participação de generais, incluindo o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, em fraudes em obras.

Eu não costumo adiantar juízos, vamos aguardar. Eu não vejo problema nenhum que sejam examinados os contratos feitos, mas pessoalmente não acredito que o general Enzo esteja envolvido nisso, não vejo nenhuma possibilidade nesse sentido."

Jobim disse que gostaria de permanecer no governo e negou que a sua relação com a presidente tenha "azedado" depois de declarar abertamente que votou em Serra. O ministro também negou que exista pressão para que ele deixe o cargo. Em determinado momento da entrevista, fez algo raro: elogiou de forma exagerada a figura da chefe, até mesmo em momentos nos quais não havia contexto para tanto: "A presidente é extraordinária e minha relação com ela é ótima, não tem problemas", disse, em tom enfático. O ministro afirmou ainda que está "no governo porque me dá prazer" e deixou claro que, se depender dele, não entrega o cargo. A entrevista estava prevista para ser veiculada na noite de ontem.

Irritação

A irritação de Dilma com Jobim não vem de hoje. Na China, ela chegou a conversar sobre os caças russos com o primeiro-ministro Vladimir Putin, sem falar com seu ministro. Quanto à homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em Brasília, há um mês, Jobim ressaltou no discurso que FHC "nunca levantou a voz para ninguém". O comentário soou provocativo, porque Dilma tem fama de se alterar com os subordinados.

Ainda naquele pronunciamento, Jobim citou Nelson Rodrigues de uma maneira dúbia, que desagradou não só a presidente, como todo o PT. "Ele (Nelson Rodrigues) dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento." Na época, o ministro disse que havia se referido à imprensa

VIDAL É ELEITO PREFEITO DE MAGÉ


O candidato Nestor de Moraes Vidal Neto foi eleito prefeito do Município de Magé. Uma eleição suplementar foi realizada nesse domingo porque a prefeita eleita em 2008, Núbia Cozzolino, foi cassada pela Justiça Eleitoral. Ele se elegeu com 68,62% dos votos válidos

Dólar começa a semana com alta de 0,63% diante da preocupação sobre crescimento dos Estados Unidos

Começo do dia foi marcado por otimismo, mas preocupação acabou tomando conta

O dólar voltou a subir nesta segunda-feira. A moeda norte-americana avançou 0,63%, a R$ 1,5607 para venda, após ter sido cotado abaixo de R$ 1,55 no começo da manhã. A alta da moeda foi afetada pela divulgação do índice da atividade manufatureira norte-americana, medido pelo ISM (sigla em inglês para Instituto para Gestão do Fornecimento), que caiu de 55,3 em junho para 50,9 no mês passado - o menor nível desde julho de 2009.

Na semana passada, o governo brasileiro teve que jogar pesado para conter a queda do dólar, que fechou na sexta-feira a R$ 1,55. Entre as medidas tomadas pelo Brasil esteve a adoção de um imposto sobre operações com derivativos de câmbio.

A moeda americana vem desabando diante da incerteza sobre a dívida soberana e o crescimento econômico dos Estados Unidos. Mas o governo brasileiro tenta frear a valorização do real para proteger as exportações.

 
No começo do dia, prevalecia o otimismo com o acordo no Congresso norte-americano para a elevação da dívida do país. O texto ainda não foi votado, mas a expectativa dos parlamentares é de que isso ocorra a tempo de evitar um calote.

No Brasil, o mercado abriu o mês ainda com a liquidez prejudicada pelas medidas do governo sobre derivativos cambiais na semana passada, apontou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.

- [O governo] está tendo sucesso dentro do objetivo dele. Ele está travando o mercado.

O governo determinou na semana passada um imposto de 1% sobre operações com derivativos cambiais que resultem em um aumento da posição vendida em dólar. A intenção é frear a queda do dólar e proteger as exportações brasileiras.

Os estrangeiros, principal alvo do novo imposto, reduziram as posições vendidas em dólar de R$ 35,7 bilhões (US$ 22,9 bilhões) na terça-feira a R$ 32,15 bilhões (US$ 20,6 bilhões) na sexta.

O dólar subiu em relação ao real nesta segunda-feira (1º), acompanhando a reação do mercado global a dados piores do que o esperado nos Estados Unidos.

A moeda norte-americana avançou 0,63%, a 1,5607 real para venda, após ter sido cotado abaixo de 1,55 real no começo da manhã. Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar subia 0,54 por cento às 17h.

Para o economista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, o otimismo em relação à possibilidade de um acordo entre republicanos e democratas para elevar o teto da dívida americana, foi substituído por preocupações com os indicadores do país.

- O mercado começou com o real se valorizando, com otimismo prevalecendo sobre a possibilidade de um acordo entre democratas e republicanos sobre a dívida Nnorte-americana. Mas depois... aumentaram as preocupações sobre a sustentabilidade da recuperação econômica.

Bovespa cai 0,49% com temor sobre EUA

Dados sobre crescimento da economia americana ficaram abaixo do esperado

O principal índice das ações brasileiras fechou em baixa nesta segunda-feira (1º), em uma sessão de bastante volatilidade após a divulgação de dados piores que o esperado sobre a economia dos Estados Unidos.

O Ibovespa fechou em queda de 0,49%, a 58.535 pontos. O giro do pregão foi de R$ 5,2 bilhões.

O dia foi marcado pela divulgação do índice da atividade manufatureira dos Estados Unidos, que caiu de 55,3 em junho para 50,9, o menor nível desde julho de 2009. Economistas esperavam uma leitura de 54,9.

Após o dado, as bolsas norte-americanas deixaram de lado o otimismo com o acordo no Congresso sobre dívida e chegaram a ter queda de cerca de 1%. No fechamento, os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 registraram queda de 0,1% e



A economia norte-americana ficou praticamente estagnada no primeiro semestre e a partir do meio do ano já não conta com a ajuda do programa de estímulo monetário do Federal Reserve (o Banco Central americano), o que reacende nos investidores o temor de uma recaída na recessão.

"Enquanto o debate sobre o teto da dívida ganhava as atenções, a economia continuou a se deteriorar", afirmaram economistas do Bank of America Merrill Lynch, em relatório.

Apesar do movimento global de aversão a risco, as ações mais negociadas do Ibovespa fecharam praticamente estáveis.

O papel preferencial de Vale caiu 0,07%, a R$ 45,58, e a ação equivalente de Petrobras fechou a R$ 23,50, mesmo nível de sexta-feira.

Entre os destaques positivos do pregão esteve a proposta de reestruturação para estrutura societária do grupo Oi, divulgada pela empresa nesta segunda-feira. A ação preferencial da Oi subiu 1,91%, a R$ 21,90, e a ordinária avançou 4,43%, a R$ 25, com a maior alta da Bovespa.

As ações preferenciais da Brasil Telecom, no entanto, caíram 2,82%, a R$ 12,75, à medida que "o mercado esperava uma melhora na avaliação da BRT", disseram os analistas Rizwan Ali e Miguel Garcia, do Deutsche Bank.

A operadora de shopping centers BRMalls teve queda de 2,21%, a R$ 17,66, mesmo após a inclusão da empresa na primeira prévia da Bovespa para o período entre setembro e dezembro de 2011