29 de maio de 2009

QUÉRCIA CONSTRÓI PALANQUE DO PMDB PARA SERRA



As articulações comandadas por Renan Calheiros, com a cumplicidade de Sarney, e outras personalidades do PMDB como o líder do governo no Senado, Romero Jucá, dão a falsa impressão de que seriam favas contadas à aliança PMDB e PT. Nada mais equivocado. O PMDB apóia o governo, mas não tem o compromisso de apoiar uma candidatura petista.. Existe um movimento dentro do PMDB, e é forte, de apoiar uma alternativa que não seja do PT. São as pessoas que gostariam que o PMDB tivesse candidato próprio, o que hoje é difícil.
Lula e seus auxiliares mais próximos tinham como certo o apoio de um velho aliado, o governador do Paraná, Roberto Requião, à candidata do presidente à sucessão de 2010. Mas uma conversa reservada entre caciques do PMDB paulista e paranaense, selou a reviravolta. Agora é Requião está mais próximo de fechar seu apoio a uma aliança com o candidato dos tucanos ao governo do Paraná, o senador Álvaro Dias ou o prefeito curitibano Beto Richa
- "Agora existe a possibilidade de um acordo com o PSDB, já que o PT está com Osmar Dias, nosso adversário aqui", admitiu Waldyr Pugliese, presidente do diretório paranaense do PMDB. Nessa negociação, a peça-chave foi o ex-governador Orestes Quércia. "Ele foi fundamental na aproximação do Requião com o Serra", atesta Pugliese.
Por ironia, o PSDB, que hoje Quércia ajuda, nasceu de uma dissidência do PMDB. Mas as conveniências políticas os reaproximaram e o novo casamento está em curso, pelo menos até que outra eleição os separe.
Quércia acha que a continuidade do projeto do PT seria ruim para o País. Ele diz que o governo perdeu a oportunidade de fazer o País começar a crescer de fato. O PT sairá do governo sem nada, sem obras, sem aprovar os projetos fundamentais da legislação trabalhista, da reforma política, da reforma previdenciária. Então, nós achamos que é preciso mudar e a opção que se tem é o Serra. Sempre fui contra o PT.
O caso do Paraná não é isolado. Presidente do PMDB paulista, Quércia tornou-se um dos principais articuladores da campanha de Serra à Presidência. Ele joga combinado com Serra desde o apoio do PMDB à reeleição de Gilberto Kassab (DEM). A aliança em 2010 é fundamental para Quércia se eleger senador. Uma participação mais decisiva de Quércia nas costuras regionais, sobretudo com o PMDB , foi acertada num jantar na casa de Kassab no início de abril.
Estiveram no encontro, além de Quércia, o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, o ex-senador Jorge Bornhausen e os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra, e do PPS, Robertopercorrido o País na tentativa de desatar os nós que impediam PMDB e PSDB de se coligarem nos Estados. Obteve resultados. Além do Paraná, o ex-governador deixou bem encaminhados acordos em Santa Catarina, Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Rio Grande do Norte. Em pelo menos outros dez Estados, a aliança já é dada como certa. "Hoje o Quércia é o nome mais autorizado para falar sobre a aliança tucana com o PMDB ", reconhece Guerra.
No dia 22 de abril, ele esteve em Brasília e conversou com aliados de Lula, como José Sarney, Renan Calheiros e Michel Temer, Convenceu a todos que não fechassem uma aliança formal com o PT em 2010. "Me dêem um voto de confiança. Se formalizarmos com o PT, podemos ter prejuízo nos Estados", argumentou. Para convencer o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, a se unir ao PSDB, Quércia não foi menos incisivo. "É um equívoco político ficar a reboque de Jaques Wagner", disse. Geddel ainda não bateu o martelo, mas a avaliação é de que, se Paulo Souto (DEM) não for candidato, o PSDB fechará com o PMDB.
No Rio Grande do Sul, está quase tudo certo para que José Fogaça (PMDB), prefeito de Porto Alegre, seja o candidato da chapa PMDBPSDB. Pelo acordo, a governadora tucana Yeda Crusius, desgastada com denúncias, abrirá mão da reeleição. No Rio Grande do Norte, o senador Garibaldi Alves (PMDB) havia rompido com José Agripino (DEM) até a entrada de Quércia em campo.
Agora, admite apoiar a candidatura ao governo da senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Ou seja, mais um palanque para Serra

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