O Globo - 17/05/2010
Javad Dabiran
BERLIM. Javad Dabiran, porta-voz do Conselho Nacional de Resistência do Irã, que reúne partidos de oposição e organizações de dissidentes, acha que Mahmoud Ahmadinejad está usando o presidente Lula para "ganhar tempo e dar continuidade ao programa nuclear".
O senhor acredita que o presidente Lula consiga realmente um acordo?
JAVAD DABIRAN: Todas as negociações fracassaram porque o Irã não estava disposto a nenhuma concessão. Os mulás querem a tecnologia da bomba atômica e com ela pressionar a comunidade internacional.
A advogada Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz, diz que as sanções seriam uma punição ao povo.
DABIRAN: As sanções devem atingir a Guarda Revolucionária, principal articuladora da opressão. A guarda controla o programa atômico. A maior parte da economia do Irã, exportação e importações, está nas mãos de representantes da guarda.
Como a oposição reagiu às últimas execuções no Irã?
DABIRAN: As execuções, de quatro homens e uma mulher, semana passada, marcam o início de uma nova onda de execuções. Sábado, dia da chegada do presidente Lula a Teerã, foram condenadas à morte mais seis pessoas, ativistas presos nos protestos do ano passado. O governo receia o recomeço das manifestações que chamaram a atenção do mundo. Os protestos vão recomeçar no aniversário da grande revolta, a partir de 10 de junho.


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