Guerra ainda não tem substituto
Maior e mais estruturado partido da oposição em Pernambuco, aspecto ressaltado pelo próprio Jarbas na coletiva, o PSDB deixou claro ontem que não vai impor nomes ou exigir espaço na chapa majoritária de oposição. Restam a vice e a segunda vaga ao Senado, já que a primeira está ocupada pelo senado Marco Maciel, candidato à reeleição.
O senador Sérgio Guerra, principal liderança tucana no estado, disse que a finalização da chapa passará por um processo de discussão que só deve ser decidido em junho. Também do PSDB, a deputada estadual Terezinha Nunes avaliou que o momento não é de apresentar nomes e, sim, de observar o comportamento de vários fatores que podem influenciar esse arredondamento da chapa, principalmente a composição da majoritária governista. Do PSDB ou não, a vaga de senador deve ser destinada a alguém que tenha o porte de Guerra ou que, no mínimo, tenha potencial para crescer em pesquisas, segundo a definição do próprio Jarbas. O senador peemedebista afirmou que o PSDB, por ser o mais importante partido do bloco, tem todo o direito de reivindicar espaço na chapa. Inclusive, disse ele, o peso da legenda tucana é um critério para que uma das vagas fique com o partido.O partido, que mesmo tendo candidato à Presidência da República diz que não brigará por figurar na majoritária, é cobrado por ter prefeitos que declaradamente apoiam o governador Eduardo Campos (PSB) - situação também obsevada no DEM. Ontem, o adesismo foi condenado por Jarbas. Ao falar sobre o assunto, Guerra lembrou que prefeitos têm tendência a apoiar governos. Ele ressaltou que o voto presidencial que sai dos municípios não é atrelado à disputa estadual. Lembrou que Jarbas foi eleito governador sem prefeitos, em 1998, e que, em 2006, Mendonça Filho (DEM) foi derrotado mesmo com esse apoio.PPS // Partido não quer vaga de senadorSigla mais cotada na bolsa de apostas da oposição para ocupar a segunda vaga de candidato a senador, que foi colocada no mercado depois da desistência de Sérgio Guerra, o PPS foi cauteloso com essa possibilidade. Contando com dois nomes especulados para ocupar a vaga - o deputado federal Raul Jungmann e o ex-secretário estadual de Saúde Guilherme Robalinho - o partido deixou claro que os tucanos é que terão de preencher a vaga diante da ausência de Guerra da chapa majoritária. Presidente estadual da sigla, Raul Jungmann é sempre lembrado como um "plano B" da frente de oposição, seja para senador ou para vice-governador. No entanto, o parlamentar vem evitando dar aderência a essas especulações porque ainda almeja a reeleição para a Câmara dos Deputados. Ele busca na candidatura de Jarbas o apoio necessário para renovar o mandato, pois nos bastidores a sua reeleição é apontada como uma das mais difíceis entre os atuais deputados federais.Guilherme Robalinho, por sua vez, já foi lançado como pré-candidato do PPS ao Senado, mas seu nome ainda enfrenta resistências de aliados, pois é desconhecido e não agregaria votos. "O nome de Robalinho está posto (para candidato a senador), mas não foi confirmado. O PPS entende que, politicamente, essa vaga ao Senado é do PSDB", devolveu Jungmann.O presidente estadual do PPS deve se reunir na próxima terça-feira com representantes de outras siglas aliadas, como os deputados Raul Henry (PMDB) e Bruno Araújo (PSDB). "Nós vamos jogar todas as fichas na unidade", reforçou Jungmann.DEM // Em busca do poder perdido desde 2006Já confirmado na chapa majoritária, com a ratificação da pré-candidatura de Marco Maciel ao Senado, o DEM ressaltou ontem que confiava no desfecho favorável para a oposição. O presidente estadual, ex-governador Mendonça Filho, disse que desde o início do processo de discussão, a postulação de Maciel esteve colocada publicamente, como forma de garantir o palanque que Jarbas esperava formar em caso de candidatura. Mendonça, que foi o vice-governador de Jarbas entre 1999 e 2006, disputará neste ano vaga na Câmara dos Deputados. Ontem, ele, que esteve ao lado do senador por tanto tempo à frente do Executivo municipal, não escondia o ânimo com a rearticulação da oposição, tendo, mais uma vez, Jarbas no comando."A principal característica de Jarbas é a coragem. Ele é movido a desafios. É um homem que não se conforma com as adversidades. Quem quiser que menospreze (a candidatura de Jarbas). O Palácio (o governo) treme e tremeu com a decisão tomada por ele de voltar a disputar o Executivo estadual". Para Mendonça, apreocupação dos governistas é explicada pelo fato de o senador ser alguém com currículo, biografia e movido a coragem. Parlamentares democratas também revelaram motivação e, em reserva, afirmavam ter assimilado a desistência de Guerra, sem deixar de valorizar, contudo, a confirmação de Maciel. PSDB e DEM, como se sabe, expuseram diferenças várias vezes, principalmente nesse processo de articulação da chapa majoritária. Agora, após o anúncio da pré-candidatura de Jarbas, seguirão juntos com PMDB, PPS e PMN, em busca da recuperação do poder perdido desde 2006.


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