22 de maio de 2010

DILMA CRESCE 7% E EMPATA COM SERRA


Datafolha diz que os dois têm 37% das intenções de voto para a Presidência



Pesquisa Datafolha divulgada deste sábado mostra que a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, subiu sete pontos percentuais e aparece empatada com o ex-governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, Nesta última pesquisa, Dilma e Serra aparecem com 37% das intenções de voto, cada um. Marina Silva (PV) aparece com 12%.

A pesquisa ouviu 2.660 pessoas entre quinta (20) e sexta-feira (21). No último levantamento, realizado em abril, Dilma tinha 30%, enquanto Serra aparecia com 42%. Outra candidata que ganhou intenções de voto foi Marina Silva, do PV, que está em terceiro lugar na disputa: ela passou de 10% no mês passado para 12% agora. A margem é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento reflete, entre outros fatores, a exposição de Dilma nas inserções do PT na TV e nas rádios na última semana. Outro motivo importante foi a saída da disputa do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). Pressionado pelo seu partido, ele deixou a corrida presidencial no fim do mês passado e a indicação é que a petista está se beneficiando pela migração da parcela da população interessada em votar em Ciro.

A pré-candidata do PT está à frente do tucano na pesquisa espontânea, na qual não são oferecidos ao entrevistado os nomes dos candidatos. Ela aparece com 19%, contra 13% em abril, enquanto ele tem 14%. Apesar disso, a intenção de voto em Dilma pode ser maior, pois 5% das pessoas disseram que iriam votar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de ele não ser candidato, e 3% afirmaram que iriam escolher o "candidato do Lula".

Na simulação de segundo turno, a pesquisa aponta empate técnico, em que Dilma tem 46 por cento das intenções, contra 45 por cento de Serra.

Essa é a terceira pesquisa a apontar um fortalecimento de Dilma na corrida eleitoral. Um levantamento divulgado na última segunda-feira (17) pela CNT/Sensus mostrou a candidata do PT com 35,7% das intenções de voto na disputa pela Presidência, contra 33,2% do adversário do PSDB.

Embora a petista tenha ficado à frente do tucano, o resultado ainda pode ser considerado empate técnico. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. A pré-candidata do PV, Marina Silva, apareceu em terceiro lugar na corrida eleitoral, com 7,3% das intenções do eleitorado.

No último final de semana, a ex-ministra da Casa Civil apareceu pela primeira vez à frente do adversário tucano, segundo pesquisa feita pelo instituto Vox Populi. De acordo com o levantamento, Dilma tinha 38% das intenções de voto, enquanto Serra aparecia com 35%.

Esta é a melhor marca obtida por Dilma, que avançou sete pontos percentuais em relação à pesquisa de abril, quando aparecia com 30% das intenções de voto, e, agora, está empatada com seu concorrente direto Na mesma comparação, Serra perdeu cinco pontos percentuais. Já Marina segue estável com a mesma taxa de intenção de voto.

Mas vamos às conclusões que se devem tirar do levantamento. Em primeiro lugar, a despeito da igualdade, a pesquisa traz em seu bojo, dados que conferem a Dilma, aos olhos de hoje, a aparência de favorita.

Dilma avança na pesquisa espontânea, e diminui sua taxa de rejeição, enquanto a de Serra aumentou.

Finalmente, acabou chegando o empate que muitos previram para janeiro ou fevereiro. Mas, esse empate chegou somente no final de maio. Chegou depois de intensa propaganda irregular, objeto de condenação pela justiça eleitoral. Os petistas têm, obviamente, razões para comemorar. Como eles são inclinados ao delírio e a megalomania, é quase certo que dentro em pouco eles passem a comemorar e a cantar vitória já, no primeiro turno. E os tucanos têm mesmo de se preocupar. Mas estamos ainda muito distantes de derrotas e triunfos definitivos.

Não se pode desconhecer que o governo Lula é um governo inequivocamente popular, e o presidente faz campanha eleitoral abertamente, e participa em primeiro plano de toda a campanha. Diante dessa constatação era evidente que sua candidata haveria de subir. Não se podia esperar o contrário. Portanto, os números do levantamento são realistas e correspondem ao momento em que esse empate se dá. Tanto que esse empate vem sendo anunciado há muito tempo.

Em março, Dilma estava crescendo, com Serra estacionado ou caindo. Em abril, foi o contrário: Dilma parou de subir e Serra abriu vantagem. Foi o momento do lançamento das candidaturas.

Depois, foram divulgadas duas pesquisas presidenciais que invertiam as tendências no período (Vox Populi e Sensus). Essas pesquisas são até hoje criticadas, tendo TSE aplicado multa no Instituto Sensus que praticou irregularidades em seu levantamento. Serra. As duas pesquisas, somadas a outors fatores ajudaram a mudar o quadro.

Vamos ver esses outros fatores: programa político do PT, convertido em horário eleitoral, levando Lula para o primeiro plano da campanha eleitoral, obrigando a oposição a enfrentar o patrocinador da candidata que nunca havia disputado uma eleição. A estrela do jogo, para infortúnio da oposição não é a candidata rival, mas o próprio presidente que colocou na campanha toda a máquina governamental, reforçando a campanha com a máquina partidária com o partido levando ao ar suas curtas inserções de rádio e TV, de caráter marcadamente eleitorais em favor de Dilma, sem esquecer que Lula saudou o Dia do Trabalho com um programa eleitoreiro.

Além disso tudo, a mudança da tendência, á parte o programa e as inserções do PT, que colocaram em evidência a candidata do governo ao lado de Lula, a oscilação também é resultado do comportamento dos candidatos. Ao contrário do que aconteceu largada da campanha eleitoral, parece que a campanha de Dilma corrigiu os rumos errantes, centralizando o comando nas mãos do presidente do PT, José Eduardo Dutra, ao mesmo tempo em que a imprensa dava destaque aos primeiros sinais de pouca paciência de Serra com jornalistas. Também, deve ser observado que parte do mercado, que é favorável a Serra, não engoliu sua critica aos juros do Banco Central, nem a rede Globo gostou da reação do candidato a pergunta que lhe foi formulada por Mirian Leitão.

Mas, campanha eleitoral é assim mesmo. Daqui a três semanas, com a realização das convenções, a campanha vai entrar em um nova fase que vai até o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, a partir de agosto.

A campanha está só no começo. Surpresas sempre podem acontecer. Não tem nada definido até agora, a não ser o papel coadjuvante de Marina Silva nestas eleições.

A campanha de Dilma vai seguir o roteiro traçado, Lula, patrocinador da candidata vai protagonizar a campanha, usar a máquina governamental, passar por cima da legislação. Ele tem consciência do risco, comandando uma campanha que se dá fora de todos os parâmetros, com a legislação eleitoral não sendo observada, pois a aplicação de multas compensa o desrespeito à lei. Lula fez sua avaliação, ele acredita que sua elevada popularidade vai impedir a aplicação de uma pena maior, de conseqüência mais séria.

A tendência natural é que Serra se torne mais crítico em relação ao governo e à sua candidata, como já começou a fazer, ao mesmo tempo em que se torna necessário ter consciência que a disputa é contra a máquina governamental, ainda há muita coisa pela frente, como horário eleitoral gratuito, debates etc.

Dentro de um cenário, agora, bem mais realista, Serra e os partidos que o apóiam têm pela frente três programas, com tempo de 10 minutos na TV: DEM (27 de maio), PPS (10 de junho) e PSDB (27 de junho). O espaço para crescimento de Dilma ficou menor. A população assiste Tv, e os programas do PT já demonstraram exaustivamente que ela é a candidata do Lula.



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