22 de abril de 2010

SERRA E DILMA PARTEM PARA TV




No SBT, tucano defende manutenção do Bolsa-Família se evita criticar governo Lula; na Bandeirantes, petista diz que Rodoanel faz parte do PAC

Pré-candidatos à Presidência, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) fizeram ontem ofensiva na TV com entrevistas a programas populares, nos quais falaram sobre plataformas de governo e responderam a críticas dos adversários. Serra concedeu duas entrevistas a telejornais do SBT, sem criticar diretamente a gestão Lula, disse que a eleição presidencial "não é substituir, mas suceder" e afirmou que "não entra para combater nenhum governo". Propagou ainda o slogan O Brasil pode mais.
Em entrevista ao SBT Brasil, teceu elogios ao ex-governador Aécio Neves (MG) dizendo que o mineiro "é uma carta dentro do baralho naquilo que é mais importante: travarmos a batalha eleitoral juntos, ele em Minas, como candidato a senador, e eu candidato a presidente". E defendeu novamente o mandato de cinco anos no Executivo: "A reeleição não deu muito certo."
Em entrevista ao SBT Manhã, que vai ao ar hoje, voltou a falar sobre a vice: "Tenho boa saúde, mas você sempre tem de ter um reserva de categoria". Para ele, o cargo não tem o peso que se atribui "do ponto de vista eleitoral".
Respondeu às críticas de Lula sobre a política externa de "vira-latas" que teria sido feita no passado. Citou a quebra de patentes da indústria farmacêutica quando ministro da Saúde como "a maior vitória diplomática dentro de um conflito que o Brasil já teve". As críticas mais duras, no entanto, ficaram para o Movimento dos Sem-Terra (MST). Para o tucano, trata-se de um movimento político, que "não tem apreço pela democracia" e usa a reforma agrária como pretexto.
Serra deu entrevista ao telejornal do SBT. Fez críticas ao MST e disse que a organização é alimentada pelo dinheiro público. Questionado sobre como agiria com invasões de terra caso fosse eleito, o tucano afirmou que esse era assunto do Poder Judiciário. E seguiu:
- O MST vive de dinheiro governamental. Eu acho que a reforma agrária para o MST hoje é um pretexto. Trata-se de um movimento político, com finalidades políticas. Usam a reforma agrária como pretexto.
O ex-governador disse que quem quer a reforma agrária "para valer" é ele:
- Quero a reforma agrária para valer, que é gente produzindo melhor, cada vez mais.
Serra praticamente descartou a possibilidade de o ex-governador Aécio Neves, de Minas, ocupar a vaga de vice-presidente na chapa tucana.
- O Aécio é carta dentro do baralho no que é mais importante: travarmos a batalha eleitoral juntos, ele em Minas, como candidato a senador, como homem público que terminou o governo muito bem avaliado, e eu candidato a presidente, que serei a partir de junho.
Em entrevista a José Luiz Datena, da Band, Dilma rebateu críticas de Serra. Datena fez perguntas sobre o nível da campanha. Lembrou das recentes trocas de farpas entre Dilma e Serra e perguntou o que a ministra quis dizer quando chamou o tucano de "biruta de aeroporto". "Por sete anos eles fizeram oposição e criticaram nossas propostas. Não é possível que o povo acredite que quem tanto nos criticou seja a favor dos nossos programas", disse.
A ex-ministra disse estar mais credenciada para continuar as políticas sociais atuais. "Temos um compromisso com o Bolsa-Família. Temos compromisso com a geração de empregos."
Dilma chegou a demonstrar nervosismo ? Datena interrompeu o programa e sugeriu a ela que bebesse água. Aos poucos, a petista ficou mais à vontade.
Datena perguntou ainda sobre a fama de "durona" e de ter um "gênio difícil". Ela sorriu: "Nem eu sou tão brava quanto dizem, nem ninguém é tão bonzinho quanto parece." Ao final, Dilma e Datena cantarolaram o tango El dia que me quieras, de Carlos Gardel.

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