Jornal do Brasil - 05/05/2010
Com elogios feitos ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) segue como o político mais cortejado para aliança com José Serra ou Dilma Roussef, com quem almoçou ontem, em Brasília. Já o pré-candidato do PSDB passou o dia no Rio Grande do Sul em busca de apoio de peemedebistas contrários à aliança nacional com o PT.
Em plena fase de busca por acordos políticos, o senador Francisco Dornelles, presidente do PP, é um dos políticos cortejados atualmente de um lado, pelo o PSDB, que pode oferecer ao progressista a vaga de vice na candidatura de José Serra à Presidência; de outro, pela pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, cujo partido tem, desde 2002, o PP como aliado. Terça-feira, o alvo dessa disputa teceu elogios às duas legendas: enalteceu os feitos do governo de Fernando Henrique Cardoso, e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi competente ao consolidar as mudanças da gestão anterior. Na prática, nenhuma decisão. Apoio a tucanos ou petistas, afirmou, só no fim do mês.
Dornelles participou terça-feira de um seminário sobre os dez anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, em Brasília. Adotando uma postura neutra, até o momento, ele afirmou que os diretórios estaduais do PP têm amplos poderes para fechar aliança nos estados. Indagado sobre a possibilidade de ser vice na chapa de Serra, negou-se a responder. Menos ainda comentou sobre rumores de que as conversas com o PSDB teriam irritado o presidente Lula.
A Executiva do partido vai se reunir no final de maio e pedimos que os diretórios regionais levem suas posições. Tenho que ouvir os militantes e fazer um grande esforço para que haja unidade partidária disse.
PP evita garantias a Dilma
Ainda terça-feira, em almoço com a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra (SE), Dornelles não deu garantias de apoio amplo à campanha petista. No encontro, que também contou com a presença do ministro das Cidades, Márcio Fortes, que é do PP, Dornelles ainda ressaltou que a executiva da legenda liberou os diretórios regionais para fazerem alianças com os partidos que acharem melhor, sejam da oposição ou do governo.
Já decidimos que os diretórios poderão fazer acordos livremente nos estados.
Durante o almoço com os petistas, o presidente do PP deu sinais de que a legenda poderá se manter neutra nas eleições de outubro, porém, disse que na última consulta feita aos diretórios regionais do partido, 20 manifestaram apoio à Dilma, enquanto sete declararam a preferência por Serra.
Serra no RS: atrás do PMDB
Em busca de apoio, o pré-candidato do PSDB passou o dia de terça-feira no Rio Grande do Sul, onde tentou arregimentar peemedebistas contrários à aliança nacional com o PT.
A visita do tucano, que permanece quarta-feira também no estado, começou pelo município de Santa Maria, onde foi recebido pelo prefeito Cezar Schirmer (PMDB). Depois, seguiu para a Fenasoja (Feira Nacional da Soja), em Santa Rosa.
Ainda terça-feira, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), anunciou o apoio fechado com as lideranças evangélicas do PSC (Partido Social Cristão). Os tucanos estimam que, com o acordo, Serra amplie em 18 segundos o tempo na propaganda eleitoral gratuita. Na segunda-feira, a executiva do PSDB no Rio Grande do Sul já havia conseguido fechar aliança com o PP local para as eleições estaduais.


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