4 de maio de 2009

VISITA DO PRESIDENTE IRANIANO AHMADINEJAD CAUSA PROTESTOS

A vinda do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil marcada para esta quarta-feira se tornou um mistério. Poucas horas depois de ser anunciado o cancelamento da viagem do líder pela agência de notícias Irna, a Embaixada do Irã em Brasília confirmou a visita do líder. Os motivos para o cancelamento não chegaram a ser divulgados e o Itamaraty não se pronunciou sobre a confusão de informações. Por essa razão, ainda não se sabe se a entrevista coletiva prevista para esta segunda-feira, às 16h, no Itamaraty, com o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretario-geral de Assuntos Políticos, realmente acontecerá. Jaguaribe falaria sobre a agenda de trabalho a ser tratada pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad.
- Continuamos trabalhando normalmente nos preparativos da viagem. Fizemos uma reunião hoje cedo e agora à tarde teremos uma nova reunião no Itamaraty - disse funcionário do governo iraniano
No domingo, centenas de pessoas protestaram no Rio de Janeiro e em São Paulo contra a visita do líder . No país, conforme havia informado o chanceler Manouchehr Mottaki, o Irã pode buscar aprofundar a estrutura para uma relação baseada no respeito mútuo de interesses.
Ahmadinejad viajaria acompanhado de uma delegação composta por 110 pessoas e seu principal objetivo na Venezuela e Equador seria verificar acordos de cooperação nas áreas energética e econômica firmados com os governos locais.
Já a visita que o presidente fará amanhã à Síria, onde se reunirá com seu homólogo Bashar al-Assad, não foi alterada.
Nesta manhã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Hassan Qashqavi, havia confirmado a viagem, explicando que o governo buscava "relações ativas com os países da América Latina nos setores de cultura, economia e política".
Na ocasião, Qashqavi, criticou as declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que havia considerado "inquietantes" os vínculos de Teerã e da China com a região latino-americana.
- Eu não acho que no mundo de hoje, um mundo multipolar no qual estamos competindo pela atenção e relacionamento com, pelo menos, russos, chineses e iranianos, seja do nosso interesse virar as costas para países do nosso hemisfério - comentou Hillary na última sexta-feira.
A visita do presidente iraniano ao Brasil também havia gerado tensões, já que Ahmadinejad negou a existência do holocausto durante a na Conferência sobre Racismo da Organização das Nações Unidas (ONU) no último dia 20.
Na ocasião, o governo brasileiro criticou em nota oficial o discurso do mandatário, mas não retirou o convite da visita ao país, fato que fez com que Israel convocasse para consultas o embaixador do Brasil em Teerã, Pedro Motta.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorin, respondeu dizendo que o país desejava iniciar com o Irã "um diálogo franco, sem reservas e com liberdade para exprimir as suas divergências".

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