LÉO DE ALMEIDA NEVES
JORNAL DO BRASIL
O Senado Federal e a Câmara dos Deputados nunca estiveram tão desacreditados na opinião pública como agora. A sucessão de escândalos e assaltos ao dinheiro público levaram à desmoralização do Poder Legislativo.
Os antigos Anões do Orçamento se repetem nos aproveitadores do mensalão. Aonde já se viu deputados receberem propina mensal para votarem a favor do governo?
É inacreditável que 3.883 servidores do Senado tenham recebido horas extras durante o recesso de janeiro/2009. Só rindo, para não chorar, que o Senado crie 181 cargos de diretores com as mais ridículas atribuições e que o diretor geral seja flagrado com mansão de R$ 5 milhões, não declarada na relação de bens do Imposto de Renda. E as licitações com baralho marcado no Senado e na Câmara Federal que ainda vão render amplo noticiário.
E o que dizer da farra das passagens aéreas? Deputados galanteavam namoradas, notabilizadas por Adriane Galisteu, que se deslocavam com familiares para o exterior. Também eram contemplados esposas, filhos e terceiros. Igualmente, participaram da festança ministros de Estado, ministro do Tribunal de Contas, ministro do Supremo Tribunal Federal e outros felizardos inconsequentes.
E os escândalos dos R$ 15 mil para ajuda de custo por mês de senadores e deputados que não precisam apresentar prestação de contas detalhada. O dono do famoso castelo de R$ 25 milhões, proprietário de uma firma de segurança, não se constrangeu de gastar esse dinheiro com recibos da sua própria empresa.
As benesses não eram somente dentro do Brasil e muitos desfrutaram de viagens internacionais, sem o menor pejo ou escrúpulo. Nos dois últimos anos, 1885 deslocamentos para Europa e Estados Unidos ocorreram com as cotas parlamentares.
Quando exerci o mandato de deputado federal, em 1967, havia o direito de apenas um bilhete aéreo por semana, pessoal e intransferível, de Brasília para o estado. Incrível o presidente Lula abonar essas falcatruas, falando em "hipocrisia e que sempre foi assim". Essa pouca vergonha começou depois do AI-5, que colocou no chão a classe política.
Em 1967, todos os funcionários da Câmara eram concursados. Cada deputado podia ter só um funcionário, e a minha secretária por sinal era muito competente; anteriormente, fora secretária do presidente do Supremo Tribunal Federal, transferindo-se por concurso para o Legislativo, onde os salários eram melhores.
Em 1985, retornei à Câmara como suplente, por licença de um deputado que assumira a diretoria do Banco do Brasil. O gabinete deste, que ocupei, contava com cinco funcionários, todos nomeados por indicação, nenhum concursado. O mesmo ocorria em todos os gabinetes. Lamentavelmente, a maioria não tinha qualificação para exercer as funções. E isso piorou com o decorrer do tempo. Hoje, no legislativo há mais funcionários apadrinhados do que admitidos por concurso.
Acredito que as mordomias e imoralidades cometidas por grande número dos atuais parlamentares, felizmente não de todos, serão minimizadas como resultado das comprovadas denúncias reiteradas à exaustão pela imprensa de todo país, e já se adotam medidas para corrigir as distorções e tornar transparentes os gastos do Legislativo e dos parlamentares. O Ministério Público e a Polícia Federal já começam a movimentar-se. É fácil adivinhar por que não se instalam nas duas Casas do Congresso CPIs para apurar esses fatos escabrosos.
Na verdade, impõem-se reformas radicais na legislação política e eleitoral que moralize o processo desde a origem, isto é, a partir da escolha de candidatos.
Os antigos Anões do Orçamento se repetem nos aproveitadores do mensalão. Aonde já se viu deputados receberem propina mensal para votarem a favor do governo?
É inacreditável que 3.883 servidores do Senado tenham recebido horas extras durante o recesso de janeiro/2009. Só rindo, para não chorar, que o Senado crie 181 cargos de diretores com as mais ridículas atribuições e que o diretor geral seja flagrado com mansão de R$ 5 milhões, não declarada na relação de bens do Imposto de Renda. E as licitações com baralho marcado no Senado e na Câmara Federal que ainda vão render amplo noticiário.
E o que dizer da farra das passagens aéreas? Deputados galanteavam namoradas, notabilizadas por Adriane Galisteu, que se deslocavam com familiares para o exterior. Também eram contemplados esposas, filhos e terceiros. Igualmente, participaram da festança ministros de Estado, ministro do Tribunal de Contas, ministro do Supremo Tribunal Federal e outros felizardos inconsequentes.
E os escândalos dos R$ 15 mil para ajuda de custo por mês de senadores e deputados que não precisam apresentar prestação de contas detalhada. O dono do famoso castelo de R$ 25 milhões, proprietário de uma firma de segurança, não se constrangeu de gastar esse dinheiro com recibos da sua própria empresa.
As benesses não eram somente dentro do Brasil e muitos desfrutaram de viagens internacionais, sem o menor pejo ou escrúpulo. Nos dois últimos anos, 1885 deslocamentos para Europa e Estados Unidos ocorreram com as cotas parlamentares.
Quando exerci o mandato de deputado federal, em 1967, havia o direito de apenas um bilhete aéreo por semana, pessoal e intransferível, de Brasília para o estado. Incrível o presidente Lula abonar essas falcatruas, falando em "hipocrisia e que sempre foi assim". Essa pouca vergonha começou depois do AI-5, que colocou no chão a classe política.
Em 1967, todos os funcionários da Câmara eram concursados. Cada deputado podia ter só um funcionário, e a minha secretária por sinal era muito competente; anteriormente, fora secretária do presidente do Supremo Tribunal Federal, transferindo-se por concurso para o Legislativo, onde os salários eram melhores.
Em 1985, retornei à Câmara como suplente, por licença de um deputado que assumira a diretoria do Banco do Brasil. O gabinete deste, que ocupei, contava com cinco funcionários, todos nomeados por indicação, nenhum concursado. O mesmo ocorria em todos os gabinetes. Lamentavelmente, a maioria não tinha qualificação para exercer as funções. E isso piorou com o decorrer do tempo. Hoje, no legislativo há mais funcionários apadrinhados do que admitidos por concurso.
Acredito que as mordomias e imoralidades cometidas por grande número dos atuais parlamentares, felizmente não de todos, serão minimizadas como resultado das comprovadas denúncias reiteradas à exaustão pela imprensa de todo país, e já se adotam medidas para corrigir as distorções e tornar transparentes os gastos do Legislativo e dos parlamentares. O Ministério Público e a Polícia Federal já começam a movimentar-se. É fácil adivinhar por que não se instalam nas duas Casas do Congresso CPIs para apurar esses fatos escabrosos.
Na verdade, impõem-se reformas radicais na legislação política e eleitoral que moralize o processo desde a origem, isto é, a partir da escolha de candidatos.


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