11 de outubro de 2009

AÇÃO DO MST É FRUTO DA CONIVÊNCIA DO INCRA

INCRA veste camisa do MST, diz ruralista
O presidente nacional da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) "veste a camisa do MST". O Incra reivindica na Justiça terras no interior de São Paulo ocupadas por fazendeiros e empresas.
Entre essas propriedades está a fazenda da multinacional Cutrale em Iaras (271 km de São Paulo), invadida pelo MST no dia 28 de setembro e desocupada na quarta-feira, com pés de laranja destruídos e máquinas e imóveis depredados.

De acordo com as estimativas dos administradores da fazenda, cerca de 7 mil pés de laranja foram arrancados, 28 tratores foram destruídos ou danificados e instalações foram depredadas

Mídia influenciou em reintegração, afirma sem-terra

Integrante da coordenação nacional do MST, Jaime Amorim afirmou que a decisão judicial de reintegração de posse da fazenda da Cutrale "foi influenciada pelo show midiático", em uma referência às imagens exibidas pela TV que mostraram um trator passando por cima de milhares de pés de laranja na propriedade, em Iaras (SP).
"Por causa da pressão gerada pelo show midiático, com a exibição das cenas de destruição dos pés de laranja, a Justiça da região chamou para si a responsabilidade, mas a competência jurídica não é estadual porque a área é federal", disse Amorim

Nota do MST atribui depredação a ação de “infiltrados”

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 9, a direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) atribuiu os atos de vandalismo na recente invasão à fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, a possíveis "infiltrados", e pediu que a situação seja investigada.
"Lamentamos muito quando acontecem desvios de conduta em ocupações, que não representam a linha do movimento. Em geral, eles têm acontecido por causa da infiltração dos inimigos da reforma agrária, seja dos latifundiários ou da policia", diz a nota.
Ainda assim, a nota avaliza a ocupação como única forma de exercer pressão para que a lei da Reforma Agrária seja cumprida. "As leis a favor do povo somente funcionam com pressão popular. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988", diz o texto.

Embora a fazenda da Cutrale seja produtiva, o movimento afirma que a ação se justifica por tratar-se de propriedade grilada. "Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas, como acontece, por exemplo, no Pontal do Paranapanema e em Iaras (empresa Cutrale), no Pará (Banco Opportunity) e no sul da Bahia (Veracel/Stora Enso)", explica a nota.

O texto termina com um apelo para que o movimento não seja julgado "pela versão apresentada pela mídia". "No Brasil, há um histórico de ruptura com a verdade e com a ética pela grande mídia, para manipular os fatos, prejudicar os trabalhadores e suas lutas e defender os interesses dos poderosos", diz a nota.

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