25 de outubro de 2009

DILMA QUER FICAR NO CARGO ATÉ O ÚLTIMO DIA QUE A LEGISLAÇÃO PERMITIR


Dilma resiste à pressão e quer usar vitrine ministerial até o último dia

Dilma fica no cargo até o último dia permitido

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou a vontade de ficar no cargo até o último dia permitido pela legislação, 3 de abril de 2010. Há uma pressão dentro do partido para que antecipe sua saída. Lideranças do PT ainda insistem para que Dilma deixe o governo em fevereiro. Entretanto, ela quer participar de todos os atos governamentais até o limite legal de permanência no ministério, participando de vistorias e inaugurações de obras. A ministra pretende tirar o máximo proveito da popularidade do presidente e tem planos de prolongar sua exposição pública ao lado de Lula, e tomar um "banho de rua e de povo", usando as vantagens do cargo como uma vitrine eleitoral.
O PT insiste para que Dilma deixe o governo em fevereiro, logo após ser confirmada sua candidatura no 4º congresso da legenda, que aprovará as diretrizes de seu programa de governo e reunirá até mesmo convidados internacionais. Será um grande encontro, em Brasília, para marcar a comemoração dos 30 anos do PT. Lula não concorda com o roteiro traçado pelo partido: acha que Dilma precisa ficar à frente da Casa Civil, comandando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e projetos estratégicos - como o plano habitacional Minha Casa, Minha Vida - até o prazo-limite fixado pela lei, seis meses antes da eleição de outubro.
O presidente também tem conversado com Dilma. Ela chegou a admitir a possibilidade de deixar a cadeira antes da hora, para se dedicar à campanha. Lula a dissuadiu da ideia. Alegou que, além de não ver vantagem na estratégia da saída antecipada - já que ela ficaria mais tempo sob bombardeio do PSDB do governador José Serra, também pré-candidato à Presidência -, Dilma é a "capitã do time".

Internet é aposta para alavancar candidata

A estratégia para alavancar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê intensa campanha na internet. Dilma terá destaque em tempo real no novo site do PT, que entrará em operação na primeira semana de novembro com emissora online de rádio e TV.
Para montar o estúdio de gravação, o Diretório Nacional do PT reformou a sede que ocupa num prédio do setor comercial de Brasília e contratou mais funcionários. A nova roupagem do site será um teste para 2010, quando o plano do partido é transmitir ao vivo os principais atos da campanha presidencial.
O americano Ben Self, guru da campanha digital de Barack Obama à Casa Branca, no ano passado, prestará consultoria a Dilma. A contratação foi fechada pelo publicitário João Santana, responsável pelo marketing político da ministra. O PT nega o acerto.
Na tentativa de impulsionar a candidatura da -, o governo e o PT preparam uma ofensiva de marketing para os próximos dias. "Não há nada que um banho de rua não resolva", disse Lula, acrescentando que Dilma tem que aproveitar tudo que possa render votos, de acordo com relato de interlocutores.
A estratégia do presidente e do círculo mais próximo do poder é repetir viagens como a que foi feita às obras da transposição do São Francisco. A ministra é praticamente desconhecida pelo eleitorado de baixa renda, e precisa de muito ensaio e treino para aprender a se aproximar do povão com naturalidade. "

Lula ficou irritado com Gilmar Mendes

Lula ficou muito irritado com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para quem "nem o mais cândido dos ingênuos" acredita que a caravana palaciana às obras de transposição do Rio São Francisco, na semana retrasada, tenha sido apenas para uma simples vistoria.
Em conversas reservadas, Lula disse que Mendes adotou postura política, não compatível com seu cargo. Publicamente, ele rebateu as afirmações do magistrado, que viu "campanha antecipada" da chefe da Casa Civil. Não foi só: anunciou que continuará levando Dilma a tiracolo em suas andanças.
Na quinta-feira, por exemplo, o presidente e a ministra aparecerão mais uma vez juntos, desta vez na Expo-Catadores, em São Paulo. Trata-se de uma exposição que reúne 1.500 catadores de lixo reciclável de todos os Estados, um público cobiçado por qualquer candidato.
Sob a proteção de dirigentes do PT, Dilma também começará a se aproximar dos militantes. Neste domingo, ela participa de um colóquio com movimentos sociais, também em São Paulo, para recolher ideias que vão integrar a plataforma de governo, coordenada pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Ao mesmo tempo, o núcleo político da campanha marca os encontros com os partidos da base aliada. Quarta-feira fará reunião com o PP do deputado Paulo Maluf (SP). E no dia 6 o PC do B anunciará em seu congresso que vai seguir com Dilma.

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