4 de junho de 2009

A EXACERBAÇÃO E MEDIOCRIZAÇÃO DO DEBATE

Comentando denúncia apresentada contra ele, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que os ruralistas não vão conseguir tirá-lo do governo:
- "Os ruralistas estão desesperados querem me tirar do governo. Podem me insultar e continuar pedindo a minha cabeça, mas eu vou continuar governando", afirmou;
- Ao que me conste, o Brasil é comandado pelo presidente Lula e não pelos ruralistas. Aliás, se fosse pelos ruralistas, não haveria o Bolsa Família e, sim, o Bolsa Latifundiário."
No último dia 27, o ministro chamou os integrantes da bancada ruralista de "vigaristas" e disse que "os ruralistas encolheram o rabinho de capeta e agora fingem defender a agricultura familiar." No último dia 2, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), representada por sua presidente, a senadora Katia Abreu (DEM - GO), protocolou requerimento de abertura de processo, por crime de responsabilidade na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e na Procuradoria Geral da República.
O ministro Minc defende uma boa causa a da preservação dos recursos ambientais. Como a maioria dos ambientalistas comete o erro de não separar entre os que causam danos a natureza por erro e ignorância daqueles que o fazem por má fé e egoísmo. Medíocre
Sem saber fazer essa distinção exacerbam o debate, mediocrizando o debate, em prejuízo da defesa da preservação dos recursos naturais.
A aprovação da MP 458, noticiada abaixo, representa outro exemplo de má condução do debate. Os ambientalistas, aliados ao defensores da reforma agrária não souberam conduzir a luta contra a aprovação de alguns absurdos contidos no projeto governamental. O resultado não podia ser outro, a aprovação da medida governamental.
O que está em jogo é o debate sobre a nova legislação florestal. O ministro Minc está usando palavras fortes e ásperas para tentar intimidar o outro lado, generalizando uma classificação de vigaristas para todos os ruralistas. Vai dar novamente com os burros na água. Aliás, os ruralistas estão cometendo um novo erro.
Adotam sempre o NÃO PODE, abandonando uma posição que seria muito mais útil, o COMO PODE.

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