30 de junho de 2009

AIBUS IEMENITA CAI COM 153 PESSOAS A BORDO. RESGATADO UM MENINO SOBREVIVENTE

SANAA – Um avião Airbus A310-300 iemenita caiu no oceano Índico nesta segunda-feira, próxima às ilhas Comores, com 153 pessoas a bordo Uma pessoa sobreviveu à queda do avião iemenita. Segundo autoridades, trata-se de uma criança. A informação foi divulgada pela agência France Presse. As equipes de resgate procuram os destroços da aeronave após encontrarem, com vida, um menino que estava entre os passageiros.
As autoridades anunciaram também a localização de três corpos de tripulantes do Airbus 310-330, que já foram retirados do mar pelas equipes de resgate. Também foram localizados os primeiros destroços da aeronave.
O comunicado sobre a queda do avião foi feito em entrevista coletiva pelo vice-presidente da aviação civil iemenita, Mohammed Abdel-Rahman Abdel Qadir. Ele informou ainda que a aeronave da companhia aérea estatal Yemenia Air, vôo IY-626, havia decolado às 18h45 locais (12h45 de Brasília) de Sana, no Iêmen, com 153 pessoas, entre tripulantes e passageiros.
Abdel-Rahman revelou ainda que no momento da queda, ocorria uma tempestade com ventos de 61 km/h. A aeronave se preparava para aterrisar. O último contato com a torre de controle ocorreu à 1h51 local (19h51 de Brasília). Segundo o vice-presidente da aviação civil iemenita, duas embarcações de guerra da francesas e helicópteros participam dos trabalhos de buscas.
A aeronave da Yemenia, que é 51% de propriedade do governo do Iêmen e 49% do governo da Arábia Saudita, tinha como destino final o aeroporto de Moroni, capital de Camores, e caiu no mar a 30 quilômetros de seu destino. A frota da companhia é composta por dois Airbus 330-200, quatro Airbus 310-300 e quatro Boeing 737-800.
O arquipélago de Comores fica entre o continente africano e a ilha de Madagascar, no Oceano Índico. Ex-colônia francesa, tem cerca de 700 mil habitantes, em sua maioria islâmicos.
O vôo partiu de Paris, na França. Os passageiros fizeram então uma escala em Sana capital do Iêmen, onde trocaram de aeronave, de um Airbus 330 para o Airbus 310. O avião seguiu então para o arquipélago --a cerca de 300 km de Madagascar. O avião decolou pouco depois das 21h30 (15h30 no horário de Brasília) e deveria voar durante 4h30 antes de pousar em Moroni, capital comorense.
Não há informações sobre o que teria derrubado a aeronave. Autoridades comorenses e iemenitas afirmam que o mau tempo pode ter contribuído.
A Yemenia Airways usava o aparelho, construído em 1990, desde outubro de 1999, com 51.900 horas de voo acumuladas, segundo um comunicado divulgado pela Airbus.
Um funcionário da Comissão Europeia afirmou, em condição de anonimato, que a mesma aeronave iemenita foi objeto de um inquérito em 2007 sobre seu registro de segurança.
"Em julho de 2007, o avião nos deu motivos para começar um inquérito sobre os registros de segurança da Yemenia", disse o funcionário.
"A preocupação era com os relatórios incompletos de procedimentos e acompanhamentos. Os Estados membros fizeram 24 inspeções nos últimos dois anos, mostrando que os registros estavam melhorando", disse, sobre a Yemenia, que não está na lista negra da União Europeia.
A Airbus disse também que vai fornecer toda a ajuda necessária às autoridades e especialistas do Escritório de Investigação e Análise (BEA) da França, encarregados de esclarecer o acidente.
A BEA anunciou nesta terça-feira o envio de uma equipe de investigadores, que será acompanhada de especialistas da Airbus, às ilhas Comores, na costa do continente africano.
Lista negra
O chefe de Transporte da União Europeia, Antonio Tajani, afirmou nesta terça-feira que especialistas farão uma investigação para determinar se a companhia aérea deve ser incluída na lista negra de segurança do bloco.
Tajani afirmou ainda que, até o momento, a companhia passou pelos padrões de segurança impostos pelo bloco europeu e por isso não havia entrado para lista de companhias a serem evitadas.
Contudo, ele afirmou que especialistas entrarão em contato com a Yemenita Airways "para ver o que aconteceu e verificar o nível de segurança" de suas operações na Europa.
Sobrevivente
Até o momento, o único sobrevivente da queda do Airbus A310-300 da companhia Yemenia Airways foi um menino, que estava nas águas da costa das ilhas de Comores. Seu resgate foi intitulado de "milagre" pela imprensa.
"Encontramos um menino com vida. Está atualmente em um barco das equipes de resgate", declarou por telefone o médico Ben Imani, cirurgião no hospital El Maaruf da capital comorense, Moroni.
A informação foi confirmada por Arfachad Salim, coordenador das operações de emergência do Crescente Vermelho (Cruz Vermelha nos países islâmicos) comorense.
Segundo Mohamed al-Sumairi, diretor geral adjunto da Yemenia, que citou informações obtidas com o escritório da empresa em Moroni, outros três corpos foram resgatados pela equipe.
Um avião de reconhecimento encontrou destroços da aeronave nas águas da costa da cidade de Mitsamiouli na manhã desta terça-feira, afirmou o vice-presidente de Comores, Idi Nadhoim.
As operações de busca, contudo, são prejudicadas pelas condições meteorológicas ruins.

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