27 de junho de 2009

RENAN SE REUNE COM SARNEY E BOTA TROPA DE CHOQUE PARA GARANTIR A PERMANÊNCIA DO PRESIDENTE DO SENADO

Renan articula movimento em defesa de Sarney
Renan cobra apoio de Lula, PT e partidos da base aliada
CPI da Petrobrás é usada como moeda de troca
Cresce movimento pela saída de Sarney
O Senado, desde o início do mês, está no centro de uma série de denúncias envolvendo atos secretos, casos de nepotismo favorecendo parentes de senadores, e várias outras irregularidades com dinheiro público. As denúncias provocaram protestos contra a permanência de Sarney na presidência da Casa. Na Internet surgiram muitas iniciativas e campanhas defendendo o afastamento de Sarney.
No site de microblogging Twitter, o número de mensagens envolvendo o tema (forasarney) cresceu vertiginosamente desde as 15h desta sexta-feira, tornando-se um dos assuntos mais populares do site de acordo com o serviço Blablabra, que monitora o conteúdo do Twitter em português. Existe ainda um website chamado "Fora Sarney", criado no último dia 20 de junho, e no Orkut há 12 comunidades dedicadas ao tema.
O Movimento Fora Sarney, criado por algumas entidades da sociedade civil marcou um ato de protesto, na próxima quarta-feira (1º), às 19h, no vão livre do MASP (Museu de Arte Moderna de São Paulo). Outras manifestações estão programadas em diversas cidades brasileiras.
O movimento pela saída do presidente do Senado cresce a cada dia. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu o afastamento de Sarney, durante discurso feito na quinta feira, dia 25, em plenário. “Se afaste", pediu o senado. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também pediu o afastamento. O partido DEM (Democratas), um dos apoiadores do senador durante a sua campanha à presidência, fará reunião para avaliar a crise no Senado e um possível afastamento.
O presidente Lula reforçou a recomendação dada ao PT na semana passada para defender Sarney, mesmo com o constrangimento de setores da bancada no Senado. Lula tem receio de que o PMDB use a CPI da Petrobras para pressionar o governo. Ele teme que o PMDB facilite a oposição, permitindo a instalação da CPI, caso a direção peemedebista conclua que o PT e os demais partidos da base aliada não estejam colaborando para blindar Sarney das denúncias.
De sua parte, o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, começou a articular a tropa governista para ajudá-lo a frear o movimento pela renúncia de Sarney. E Renan cobra a participação e apoio do PT, de outros partidos aliados e de todo o governo para garantir o apoio do PT e à permanência do senador José Sarney (PMDB-AP) no comando da Casa.
Tentando enfrentar o movimento pelo seu afastamento, o senador José Sarney divulgou nota afirmando que é vitima de uma “campanha midiática”. A nota teve repercussão negativa junto ao DEM, já que se disse vítima de uma campanha midiática por apoiar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sarney tentou desfazer o mal-estar ligando para senadores do partido. Ele passou esta sexta pela Casa, mas não chegou a presidir a sessão, de manhã. E despachou em seu gabinete pessoal.
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), chamou de infeliz a forma como Sarney tentou se explicar:
- Foi uma frase infeliz, mas que reforça que o DEM não tem qualquer compromisso com Sarney, além daquele eleitoral que o ajudou a se eleger em fevereiro. Tanto que o presidente do Senado foi buscar o apoio do PT e do governo. O nosso, ele sabe que não terá se não tiver resposta para as nossas perguntas.
Ainda nesta sexta-feira, Sarney recebeu em seu gabinete o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e o senador Wellington Salgado (PMDB-MG). Eles conversaram por cerca de três horas e sairam sem falar com os jornalistas que aguardavam o presidente na saída do Anexo I do Senado. Na saída, mais de uma dezena de seguranças cercaram Sarney para que escapasse das perguntas dos jornalistas que o aguardavam. O líder do PMDB, Renan Calheiros vai passar o fim de semana em Brasília, para socorrer Sarney caso surjam novas denúncias.
Um dos principais aliados de Sarney, e membro da tropa de choque de Renan, o senador Gim Argello (PTB-DF) defendeu nesta sexta-f"eira (26) a permanência do colega no comando da Mesa Diretora Acho que não deve se afastar. Não vejo motivos para o senador José Sarney pedir licença do cargo", afirmou Argello, depois de um breve encontro com Sarney.

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