14 de junho de 2009

IRÃ: POLÍCIA PRENDE MANIFESTANTES E JORNALISTAS ESTRANGEIROS

A polícia iraniana efetuou a prisão de dezenas de pessoas após os violentos protestos ocorridos ontem, (13) em Teerã contra a reeleição de Ahmadinejad.
Entre os detidos, todos seguidores do candidato derrotado, o reformista e ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mousavi, estão algumas pessoas que tiveram cargos importantes no governo do ex-presidente Mohammad Khatami, incluindo o irmão dele, Mohammad Reza Khatami.
Além disso, foram levados para a prisão os jornalistas pró-reformistas Mustafa Tayezadeh e Dehzad Nabavi, e os políticos da mesma tendência Amin Sadeh e Said Shariati.
A mulher de Mousavi, Zahra Rahnavard, que teve um papel importante na campanha do marido, negou que ele tenha sido detido. "O povo iraniano votou para tirar Ahmadinejad, mas esse voto se tornou um voto que solidificou Ahmadinejad. A população está cansada da ditadura. Cansada de não ter liberdade de expressão, cansada de uma taxa alta de inflação, e de aventurismo em relações externas. É por isso que eles quiseram tirar Ahmadinejad", disse à agência de notícias Reuters.
Mousavi rejeitou a vitória do presidente, dizendo que ela foi alcançada com uma manipulação de votos que "põe em perigo os pilares da República Islâmica e irá estabelecer a tirania".
O Ministério do Interior rebateu as acusações de fraude e o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pediu à população que o apoiem o presidente reeleito.
Hoje Mousavi anunciou que apresentou ao Conselho dos Guardiães --entidade encarregada de confirmar a validade das eleições, o pedido de anulação do pleito.
A polícia usou motocicletas para dispersar a multidão de manifestantes. Jornalistas que filmavam a violência também foram detidos.
Dois jornalistas belgas foram detidos neste domingo em Teerã enquanto acompanhavam as manifestações contra a reeleição do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.
Willy Vandervorst, da emissora RTBF, e Jef Lambrecht, da cadeia flamenga VRT, ficaram retidos por cerca de uma hora nos porões do Ministério de Informação iraniano.
Vandervorst foi detido quando estava na rua com o seu equipamento. A polícia iraniana também prendeu Lambrecht logo que constatou que ambos se conheciam.
Lambrecht disse ter recebido "uma pequena agressão" de um dos agentes antes de ser conduzido com o colega aos porões do Ministério de Informação, onde ambos se depararam com "13 manifestantes de joelhos e com algemas de plástico".
Os dois jornalistas foram libertados uma hora depois, com a condição de que não façam mais fotos nem imagens.

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