18 de setembro de 2009

INDICAÇÃO DE TOFFOLI SOFRE RESISTÊNCIAS

Autor(es): Carolina Brígido
O Globo - 18/09/200

Nos anos 90, reprovação em 2 concursos para juiz


Indicado para ministro do STF pelo presidente Lula, o advogado-geral da União, José Antonio Toffolli, foi reprovado em dois concursos para a magistratura, em 1994 e 1995. A oposição criticou o vínculo de Toffolli com o PT e seu currículo, que considera inexpressivo.
No Supremo, José Antonio Toffoli terá de exercitar sua verve política. Publicamente, os futuros colegas falam bem do advogado. Reconhecem-no como jovem esforçado, competente e atuante. Nos bastidores, a história é diferente. Não faltam críticas à suposta falta de preparo e à pouca idade. Lacunas na vida acadêmica motivam as reservas dos ministros.
Toffoli não tem pós-graduação. E foi reprovado em dois concursos para a magistratura, um em 1994 e outro em 1995. No STF, ele não será o único. Celso de Mello, o mais antigo integrante da Corte, também não tem mestrado - apesar de ter sido aprovado em primeiro lugar em concurso para o Ministério Público Federal. E Ellen Gracie também já amargou uma derrota em concurso para juíza.
- Ele não tem nem mestrado! Não estudou, não fez nada! Acho que ele não tem o preparo que se espera de um ministro do Supremo. Ele não tem perfil para o cargo - diz um ministro que não quis ser identificado.
Na graduação, feita na Universidade de São Paulo (USP), Toffoli foi aluno de dois futuros colegas ministros: Eros Grau, com quem costuma conversar bastante, e Ricardo Lewandowski.
- Ele é uma pessoa altamente capacitada, fez uma excelente gestão na Advocacia Geral da União. Não conheço restrição a ele na Corte. Foi meu aluno, excelente aluno - atesta Lewandowski.
O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, elogiou o advogado:
- É uma pessoa qualificada, tem bom diálogo no tribunal e vem desenvolvendo um bom trabalho na AGU.
- Sangue novo é bom. Oxigena o tribunal - disse Ayres Brito.
Marco Aurélio Mello disse que a pouca idade de Toffoli não deve ser problema:
- Cheguei ao Tribunal Superior do Trabalho com 35 anos. Penso que não envergonhei a magistratura. Vejo com bons olhos (a indicação de Toffoli).

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