25 de setembro de 2009

COM IMPASSE SOBRE REAJUSTE, GREVE DOS BANCÁRIOS DEVERÁ SER MAIS LONGA

Lino Rodrigues

O Globo - 25/09/2009


SÃO PAULO e RIO. A greve nacional dos bancários iniciada ontem deve ser mais longa do que as de anos anteriores. Como representantes dos bancos e dos trabalhadores não apresentaram novas propostas, começa a surgir um impasse. Os empregados querem 10% de reajuste, e as instituições financeiras oferecem 4,5%. No primeiro dia de paralisação, a adesão atingiu pouco mais de 10% das agências bancárias de todo o país — cerca de 21 mil postos —, segundo o comando nacional dos bancários. No Rio, nove mil bancários cruzaram os braços, fechando 240 agências, a maior parte no Centro do Rio, informou o sindicato.
De acordo com Carlos Carneiro, coordenador do movimento grevista, o número de adesões deve aumentar a partir de hoje, a exemplo do que aconteceu no ano passado.
— A greve começou muito bem. Até no Bradesco (segundo maior banco privado do país), onde a repressão policial é muito grande, houve um bom número de trabalhadores aderindo ao movimento — disse Carneiro.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) disse considerar a greve uma precipitação.
A entidade esperava que os empregados apresentassem uma contraproposta. O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar, rebateu, afirmando que a categoria deu um prazo aos bancos até a última quarta-feira para apresentar um novo percentual, o que não ocorreu. A paralisação continuará por tempo indeterminado.
Segundo a Fenaban, outros canais de atendimento (internet, caixas automáticos e telefone) têm condições de suprir as necessidades dos seus correntistas durante a greve. Contas de energia elétrica, telefone e gás também podem ser pagas em lotéricas, agências dos Correios e supermercados. As multas por atraso não serão abonadas pelas concessionárias e operadoras de serviços.

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