3 de junho de 2010

TEMER E QUÉRCIA SELAM ACORDO E UNEM GRUPOS RIVAIS





Os dois peemedebistas fecharam neste fim de semana um acordo informal para que não haja interferências do campo nacional nas negociações realizadas pelo diretório paulista



Sem conseguir entrar em consenso sobre a decisão da cúpula do PMDB de apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto em 2010, o presidente licenciado do partido, deputado Michel Temer (SP), e o presidente paulista da legenda, Quércia, decidiram dar uma trégua na disputa entre os dois campos da legenda. Os dois peemedebistas fecharam neste fim de semana um acordo informal para que não haja interferências do campo nacional nas negociações realizadas pelo diretório paulista.
Quércia apóia Serra e trabalha para ampliar o número de diretórios resistentes à aliança com o PT. Com esse objetivo uniu o diretório de São Paulo ao de Pernambuco, Paraná e Bahia, contra a aliança nacional do PMDB com o PT. Outros diretórios começavam a ultrapassar a fronteira da independência, posição que antecede a de apoio ao candidato da oposição.
O grupo pró-Serra aposta na queda da ministra nas pesquisas de intenção de voto, o que provocaria um racha na legenda do PMDB em 2010 em diversos Estados.
O presidente da Câmara chegou à conclusão de que tem apoio suficiente dentro do partido para avalizar a aliança em favor da petista. Concluiu também, depois de uma longa avaliação, que tem o apoio de 50% do diretório de São Paulo a seu favor. Temer acha que teria isolado o grupo pró-Serra dentro da legenda, e que o grupo comandado por Quércia não pode mais impedir o apoio a candidata de Lula.
Mas, Temer não faz política suicida. Quércia também não. Isso os levou a um caminho natural que envolve o compromisso do acordo que tem a seguinte legenda: ” muito ajuda quem não atrapalha”.
O compromisso selado entre os dois cacique estabelece: um não atrapalhará os planos políticos do outro. Na plano federal, Temer vai de Dilma Rousseff. No estadual, Quércia fica com Serra, a quem apoiará para presidente, e conduz o PMDB para a coligação que apoia Geraldo Alckmin. E fará campanha para José Serra.
A convenção nacional, marcada para 12 de junho terá 26 delegados representando São Paulo. Temer tem 14 delegados. Os 12 que seguem a liderança de Quércia não deverão comparecer à convenção, segundo o acordo. Serão substituídos por suplentes da turma do Temer, que serão convocados. Assim, fica garantida a unanimidade em favor de Temer na delegação paulista, e os 26 delegados de São Pulo votarão a favor da coligação com Dilma e da indicação de Temer para vice.
A convenção estadual, marcada para dia 13 de junho, um dia depois da nacional envolve a recondução do ex-governador à presidência do diretório paulista, e Quércia fica livre para conduzir a convenção estadual do modo que entender. Assim, fica garantida também a unanimidade na convenção paulista. Será aprovada a coligação do PMDB-SP com o PSDB de Geraldo Alckmin e o DEM do vice Guilherme Afif Domingos. Quércia vai à chapa como candidato ao Senado.
Pelo acordo, nem Quércia irá à convenção nacional nem Temer comparecerá ao encontro estadual. No dia 13, já indicado vice de Dilma, Temer vai á convenção nacional do PT que aprovará a candidatura de Dilma. Enquanto isso, Quércia e todos seus parentes: esposa, cunhado, concunhado, serão substituídos por suplentes.
Essa é a lição política que dá o PMDB, que garante a sobrevivência do partido, sempre no poder.
Finalizando, para evitar atritos, Temer já liberou os prefeitos que lhe são fiéis. Estão livres para votar na convenção em favor da coligação com os tucanos, e na eleição podem votar em Geraldo Alckmin. O voto para presidente vai depender do clima da época.

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