11 de junho de 2010

COMBATE À PEDRA


Governo quer fechar o cerco contra a pedra

Lula compara crack a praga

Presidente promete um mutirão nunca antes visto no combate à droga



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista a uma emissora de rádio de Aracaju (SE), comparou o consumo de crack no Brasil a uma “praga, uma espécie de peste bubônica”. Lula disse, ontem, que está sendo programado um acordo com a Bolívia para controlar as fronteiras e que vai haver um mutirão nunca antes visto para combater a droga. O presidente disse que vai atuar em conjunto com Estados e municípios
Recentemente, o pré-candidato à Presidência da República do PSDB, José Serra, afirmou que o governo boliviano é cúmplice da exportação de droga para o Brasil e defendeu uma fiscalização intensiva na fronteira, por parte do governo brasileiro. Mas Lula não falou sobre isso.
O governo vai destinar R$ 410 milhões, ainda este ano, para ações de combate ao tráfico, tratamento de usuários e uma maciça campanha de prevenção.
Lançado no dia 20 de maio, o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack abrange medidas de nove ministérios, órgãos do Judiciário e entidades da sociedade civil. Entre elas estão as operações policiais que serão montadas para desmantelar as redes de tráfico que abastecem o Brasil de crack. A ênfase será nas regiões de fronteira. Serão instaladas 11 bases móveis e fixas com Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia. As ações terão o apoio das Forças Armadas e vão envolver a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, que estarão articuladas, também, com as polícias estaduais.
Será criada uma unidade de inteligência estratégica junto ao Centro Integrado de Combate ao Crime Organizado para troca de informações entre as polícias e o mapeamento de rotas de tráfico e de laboratórios de refino da droga.
Hoje, mesmo os profissionais da área reconhecem que se sabe pouco a respeito do crack. Nem mesmo o número de usuários no país é conhecido – tem-se apenas uma estimativa, de 1,2 milhão de pessoas, porque a pesquisa mais recente foi realizada em 2005, antes de a droga virar epidemia nacional e se espalhar pelo país.
Na capital sergipana, Lula discursou e fez referências ao combate ao uso do entorpecente, durante uma cerimônia de entrega de unidades habitacionais:
– Estamos fazendo uma quantidade de coisas (de programas) separadas entre si e tomamos a decisão de unificar todas as possibilidades de políticas públicas do governo federal para construirmos, junto aos poderes estaduais e municipais, uma proposta de enfrentamento a essa questão do crack na vida da sociedade brasileira..
Uma missão do governo definida no plano de combate à droga é dobrar o número de leitos para atendimento a dependentes.
Lula foi a Aracaju para entregar 18 novos ônibus do projeto Caminhos da Escola, inaugurar um conjunto habitacional na periferia da capital sergipana e assinar a ordem de serviço das obras de duplicação da BR-101.
O presidente Lula não fez comentários sobre uma recente declaração do pré-candidato à Presidência da República do PSDB, José Serra, a respeito do consumo de crack no país. Serra disse que o governo boliviano de Evo Morales é cúmplice da exportação de drogas para o Brasil. Mesmo não comentada, a acusação feita por Serra rendeu frutos, entre eles um programa nacional de cobate ao crack
O que prevê o plano federal de ação
- Investimento de R$ 410 milhões (em 2010)
- Ampliação de 2,5 mil para 5 mil os leitos em hospitais para tratamento de dependentes no país
- Transformação de 110 unidades especializadas em álcool e drogas, em municípios com mais de 250 mil habitantes, em centros que funcionarão 24 horas por dia
- Construção de 11 postos de fronteira com policiais especializados em detectar crimes de contrabando e tráfico de drogas
- Treinamento de profissionais na rede pública de saúde e assistência social para atender os usuários e a família
- Estudos em conjunto com universidades e centros de pesquisa sobre os efeitos da droga e seus efeitos econômicos

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