4 de junho de 2010

RESUMO DOS JORNAIS: VALOR ECONÔMICO



Manchete: BNDES chancela a política industrial com mais crédito

A aplicação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem seguido quase que à risca a política industrial lançada pelo governo federal em 2008. Nesse ano, das 179 operações diretas do banco para a área industrial, 75% eram relacionadas com setores incluídos na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Em 2009, a fatia aumentou para 83,3% dos 156 contratos para a indústria. A estatística leva em conta empréstimos de capital de giro e créditos para projetos industriais de implantação ou expansão.

O crescimento da aplicação de recursos do BNDES para outras áreas que são pilares da política industrial mostra a prioridade do programa. Os desembolsos com inovação, por exemplo, ficaram em R$ 563 milhões em 2009. De janeiro a março deste ano já atingiram R$ 353 milhões, valor 366% maior do que do mesmo período do ano passado. A previsão da instituição é chegar a R$ 2,41 bilhões até o fim do ano. As operações voltadas para micro e pequenas empresas ficaram em R$ 31,3 bilhões nos últimos doze meses terminados em abril. Nos doze meses anteriores, atingiram R$ 22,4 bilhões. (Págs. 1 e A3)

Copom deve elevar o juro em 0,75 ponto

Para a grande maioria dos analistas do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá o ritmo de ajuste da taxa Selic. Dos 31 economistas ouvidos pelo Valor, 29 preveem uma nova dose de alta de 0,75 ponto percentual na reunião que ocorre na próxima semana.

O argumento é que, ainda que a inflação tenha se desacelerado e a produção industrial tenha recuado 0,7% em abril em relação a março, o ambiente continua sendo de forte crescimento. Os analistas consideram que os principais pilares desse cenário são o mercado de trabalho vigoroso e o crédito em expansão. Bancos, corretoras e consultorias divergem quanto ao nível do juro básico em dezembro, mas poucos são os que esperam Selic abaixo dos 12% ao ano. (Págs. 1 e C1)

Lulismo comanda a disputa no Amazonas

Com o maior PIB industrial do Brasil, em termos proporcionais, em função da Zona Franca de Manaus, o Amazonas é o Estado menos federalizado do país. Sem empresariado a oferecer contraponto - as indústrias são comandadas de São Paulo e até do Japão - o apoio do governo central é decisivo. É daí que o Amazonas tem uma das mais renhidas disputas pelo palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua candidata, Dilma Rousseff (PT). Tanto o atual governador Omar Aziz (PMN) quanto o senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), esperam contar com Lula e Dilma em suas campanhas. Ligeiramente à frente nas pesquisas, Nascimento tenta um feito raro no Estado: manter invicta a máquina estadual, que não perde disputas eleitorais desde 1982.

O Amazonas é uma das maiores dores de cabeça do candidato José Serra (PSDB). Sua promessa de perenizar os incentivos à ZFM não foi suficiente para viabilizar um palanque local. Seu principal aliado no Estado, o senador Arthur Virgílio (PSDB), que tem votos na base de ambos os candidatos governistas na sua tentativa de reeleição, não é um beneficiário de um palanque próprio. As pesquisas indicam um empate local entre Serra e Marina Silva (AC), com metade das intenções de voto de Dilma. (Págs. 1 e A10)

Foto legenda: Por mar ou por terra

Para atingir a meta de dobrar em cinco anos o faturamento, hoje de R$ 200 milhões, a Localfrio decidiu ir às compras de concorrentes do setor de logística, diz Marcelo Orpinelli, seu presidente. Além de outros operadores terrestres, a empresa tem interesse em terminais marítimos. (Págs. 1 e B7)

Bancos ganham tempo em nova regulação

As autoridades internacionais de regulamentação estão perto de fechar um acordo que obrigaria os bancos a captar vastos montantes de novos recursos para se proteger de futuras perdas. Mas, em uma concessão ao setor bancário e a alguns governos, as regras provavelmente só devem passar a vigorar depois do prazo esperado.

Está emergindo um consenso de que é preciso haver uma implementação mais gradual, que pode demorar vários anos além de 2012. Os bancos e alguns governos, especialmente os do Japão, Alemanha e França, argumentam que o prazo atual pode causar uma escassez multibilionária de recursos. (Págs. 1 e C3)

Falta de gás volta a afligir a Argentina

Os cortes no abastecimento de gás natural voltaram a castigar a indústria argentina, após dois anos de trégua. A produção industrial cresceu 10,6% no primeiro quadrimestre e a falta de gás poderá frear a recuperação econômica. Cerca de 80 empresas - entre elas fabricantes de polietileno, PVC, aço e fertilizantes - tiveram o fornecimento de combustível reduzido em até 40% desde 27 de maio, para que o consumo residencial, que disparou com a chegada do frio, fosse atendido. A maior cimenteira do país, a Loma Negra, controlada pela Camargo Corrêa, converteu seus fornos em bicombustíveis e evitou queda na produção.

Diferentemente do que ocorreu em 2007 e em 2008, quando faltava capacidade aos gasodutos, o desabastecimento desta vez é atribuído à redução da oferta. A produção doméstica ruma para o quinto ano consecutivo de queda. Nos três primeiros meses de 2010, diminuiu mais 4,1%. (Págs. 1 e A7)

A velha governança mundial agoniza

O Brasil e a Turquia, ao negociarem sozinhos no Irã um acordo sobre a questão nuclear, irromperam no clube dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, espécie de diretório político do planeta, e escancararam as insuficiências da velha governança mundial, nascida após a Segunda Guerra Mundial.

O Brasil é um ator incontornável nas negociações comerciais e de combate à mudança climática, por exemplo. O país não é tem peso suficiente para fechar um acordo, mas sem ele tampouco há decisão. Na parte política, sua influência é mais limitada. É o único dos Bric que não tem poder nuclear. (Págs. 1 e Eu& Fim de Semana)

Petrobras define os bancos que vão coordenar emissão de ações de US$ 25 bi (Págs. 1 e D9)

Ações de construção, teles e alimentos sobem durante a crise (Págs. 1 e D1)

Banif vende corretora e investe mais no país, diz Fernandes (Págs. 1 e C8)

Cooperação espacial

Brasil e Argentina retomam o projeto de desenvolvimento conjunto de um satélite para monitoramento dos oceanos e das áreas costeiras dos dois países. O custo estimado é de US$ 200 milhões. (Págs. 1 e B1)

Diebold na berlinda

Três executivos da americana Diebold que no Brasil é líder no mercado de caixas automáticos (ATM) e produz urnas eletrônicas- são acusados por fraudes contábeis entre 2002 e 2007. (Págs. 1 e B2)

Vossa mira o mercado paulista

A agência gaúcha de propaganda Vossa, do empresário Carlos Gerdau Johannpeter, herdeiro do Grupo Gerdau, negocia aquisições ou parcerias com empresas de São Paulo. (Págs. 1 e B4)

Allianz foca energias renováveis

A Allianz Climate Solutions, controlada pela seguradora alemã Allianz, pretende entrar no mercado brasileiro de energias renováveis. Os alvos são biomassa e pequenas centrais hidrelétricas, diz o presidente da empresa, Armin Sandhövel. (Págs. 1 e B6)

Alimentos mais caros

A recuperação da economia mundial em relação a 2009 deverá elevar os custos das importações globais de alimentos neste ano. Segundo a FAO, as maiores altas serão dos lácteos, carnes, óleos vegetais e açúcar. (Págs. 1 e B10)

Retomada da suinocultura

Após um ano difícil em 2009, produtores de suínos ajustam oferta com menor recomposição do plantel de matrizes e mantêm o otimismo para 2010. Redução dos custos de produção também colabora. (Págs. 1 e B10)

Caixa avalia a Cetelem

A Caixa Econômica Federal analisa os números da Cetelem, financeira do grupo francês BNP Paribas. O negócio seria estratégico para a CEF ampliar sua participação no crédito ao consumo. (Págs. 1 e C3)

Aposta no curto prazo

O cenário externo continua complicado, mas analistas acreditam que, no curto prazo, existem boas oportunidades na bolsa, até pela queda acentuada de várias ações com boa liquidez em maio. (Págs. 1 e D2)

Formulário de Referência

As empresas abertas têm até o dia 30 para entregar o Formulário de Referência, novo documento de informações anuais, obrigatório a partir deste ano. (Págs. 1 e D4)

Recuperação de impostos

Empresas iniciam corrida ao Judiciário com ações de repetição de indébito para tentar recuperar impostos pagos indevidamente nos últimos dez anos. O prazo termina na próxima terça-feira. (Págs. 1 e E1)

Ideias: Claudia Safatle
Não há razão suficiente, por enquanto, para que o Copom reduza para menos de 0,75 ponto o aumento da Selic. (Págs. 1 e A2)

Ideias: Armando Castelar
Crise provocará ruptura estrutural: quando ela passar e as coisas voltarem ao normal, já não será o mesmo normal de antes. (Págs. 1 e A9)

Primeira Página
BNDES chancela a política industrial com mais crédito
Copom deve elevar o juro em 0,75 ponto
Lulismo comanda a disputa no Amazonas
A velha governança mundial agoniza

Editorial
Generosidades dos Refis aumentam a cada ano

Opinião
Código Florestal: a hora de um novo modelo :: Cesário R. da Silva

Colunas
Claudia Safatle
Armando Castelar
Maria Cristina Fernandes
Eduardo Campos
Daniele Camba


Política
Marina apresenta propostas sociais
Curtas
PT recorre à Justiça para que Serra confirme acusações contra Dilma
PSB de Minas ameaça apoiar Anastasia
Leitura do Evangelho


Brasil
Com dez anos de atraso, São Paulo prepara plano municipal de educação
Mantega quer diversificar vendas para a China
Importadores argentinos pedem fim das barreiras
Carga de tributos em conta de luz atinge 45%
BNDES investe em empresa inovadora
As metas da política industrial
No ABC, 80 mil trabalham menos de 44 horas
Entre bancários, jornada aumentou
Contexto
Transferências de renda da União crescem mais que arrecadação líquida
Ministério da Previdência prepara ajustes para regras de aposentadoria
BNDES chancela a política industrial com mais crédito


Internacional
Argentina volta a sofrer escassez de gás natural
Países apostam em importação do liquefeito


Especial
Estado mais federalizado disputa lulismo
Marina e Zona Franca tiram votos de Serra


Empresas & Tecnologia
Curtas
Brasil e Argentina terão satélite binacional
Inpe testará equipamentos para país vizinho
Previ vai reduzir sua participação na Invepar após capitalização
Localfrio aposta nas aquisições para dobrar receita


Finanças
Mercado espera Selic de 10,25%
Copom define a taxa sob o impacto do PIB
BB assegura R$ 5 bi a construtoras para financiamento imobiliário
Instituição avalia crédito na planta e "home equity"
Caixa tem interesse na Cetelem, do BNP
Novas regras para bancos devem ser adiadas


Investimentos
Os extremos da crise
Bolsa vai muito além do Ibovespa
Formulário de Referência entra em fase final


Agronegócios
Curtas
Rússia quer mais fornecedores no Brasil
Cresce custo da importação global de alimentos
Após crise, suinocultura vive ciclo de recuperação


Legislação & Tributos
Curtas
Contribuinte quer imposto dos últimos dez anos
Ministros do Supremo podem anular benefício concedido pelo STJ


Cultura
Os riscos da governança global
Brasil precisa corrigir algumas distorções e equívocos















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