10 de junho de 2010

HILLARY APROVA SANÇÕES CONTRA IRÃ E ESPERA QUE BRASIL E TURQUIA PODERÃO TER PAPEL IMPORTANTE NO FUTURO


DA REUTERS, EM BOGOTÁ

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, defendeu a aprovação de sanções contra o Irã e disse que elas contra o vão impedir as ambições nucleares do país e deu esperanças que o Brasil e a Turquia possam ter um papel importante em futuras iniciativas diplomáticas com Teerã.
A declaração de Hillary Clinton contariam as do presidente Lula que afirmou que as sanções foram aprovadas por “birra” contra o Irã. Clinton disse a repórteres na Colômbia, onde está em visita, que ficou contente com a votação do Conselho de Segurança da ONU.
"Nossa intenção não é sancionar o Irã. Nossa meta é eliminar qualquer dúvida e questões sobre o propósito do programa nuclear iraniano e prevenir que o Irã obtenha armas nucleares e que esta é uma meta que foi amplamente abraçada pela comunidade internacional", disse Clinton.
Ela também disse que a quarta rodada de sanções da ONU ao Irã, que punirá bancos e empresas envolvidas com o programa nuclear iraniano, será eficiente e que no final poderá trazer o governo de Teerã para negociações verdadeiras.
"Nós acreditamos que desaceleramos e certamente interferimos com a continuidade de seu programa nuclear com estas sanções. Ao mesmo tempo, nós queremos que eles voltem à mesa de negociação", afirmou.
Clinton disse que o Brasil e a Turquia ainda podem ter um papel como pontes para Teerã. "No atual impasse diplomático com o Irã, eu acho que a Turquia e o Brasil continuarão a ter um importante papel", disse.
Ela também adicionou que os dois países emergentes podem ter votado não as sanções para "deixar as portas abertas" no Irã.
Aprovação
Apesar de Brasil e Turquia votarem contra a resolução que impõe novas sanções ao Irã --acusado de buscar tecnologia nuclear com fins militares-- o documento foi aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, com 12 votos a favor.
Na abertura da sessão, que começou com mais de uma hora de atraso, às 12h15 (horário de Brasília), a embaixadora brasileira da ONU, Maria Luiza Viotti, afirmou que, "na nossa visão", a resolução "atrasará, em vez de acelerar, uma solução para a questão".
O Líbano se absteve de votar. Os outros 12 países do Conselho de Segurança foram favoráveis, aprovando a quarta rodada de sanções contra o Irã desde 2006.
Em discurso durante a sessão, que acontece na sede da ONU em Nova York, a embaixadora americana, Susan Rice, voltou a elogiar a iniciativa de brasileiros e turcos de chegarem a um acordo. "O Brasil e a Turquia trabalharam duro", afirmou Rice, "o que reflete as boas intenções de seus líderes".
No entanto, disse, o acordo alcançado com o Irã no dia 17 de maio, na tentativa de evitar as sanções, "não responde às questões fundamentais" que geram desconfiança nos americanos, o que fez com que a resolução fosse necessária.
"Estamos nesse ponto porque o governo do Irã escolheu violar as regras da agência nuclear. Não suspendeu o enriquecimento de urânio e outras atividades nucleares", discursou Rice.
Ela disse ainda que as sanções "não são direcionadas ao povo do Irã", mas que "o governo escolheu um caminho que o levará ao isolamento". "Como todas as nações, o Irã tem direitos. Mas também responsabilidades. [...] Agora, o Irã deve escolher um caminho mais sábio."
A representante disse ainda que os Estados Unidos estão "prontos" para retomar um diálogo com a República Islâmica assim que essas medidas forem implementadas. "Esperamos poder mostrar ao Irã o quanto o país tem a ganhar caso comece a agir de maneira responsável, respeitando as regras internacionais", concluiu.
O Irã desafiou continuamente resoluções do Conselho de Segurança e da AIEA, dando prosseguimento ao seu programa de enriquecimento de urânio e construindo mais instalações nucleares do que o permitido pelas regras internacionais às quais havia se submetido.





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