O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, negou nesta quinta-feira a tentativa de se descolar da imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse que "não necessariamente o sucessor replica o antecessor" e citou como exemplo o ex-prefeito da capital paulista Celso Pitta, eleito com apoio do ex-governador Paulo Maluf (atual deputado pelo PP). Neste contexto, ele comparou Pitta à sua principal adversária, a ex-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), que tem retaguarda de Lula, presidente recordista de popularidade.
"Não necessariamente o sucessor replica o antecessor, mesmo se tiver sido apoiado por ele. Pode acontecer e pode não acontecer", disse Serra, que antes lembrou a eleição de Pitta à Prefeitura de São Paulo. "Maluf estava bem avaliado e bancou Pitta. Pitta foi diferente de Maluf. Foi outra coisa", citou em entrevista concedida à Rádio Bandeirantes, em São Paulo.
Serra negou que tente se descolar da imagem de FHC. "Não procurei me descolar de Fernando Henrique. Fui ministro da Saúde convidado por ele. Eu posso discutir o que eu fiz", disse. Mesmo assim, o tucano seguiu com a estratégia de evitar comparações entre FHC e Lula. Para Serra, falar do passado nessas eleições deve ficar restrito ao currículo de cada candidato.
"Lula não é candidato, assim como não são os ex-presidentes (Fernando) Collor (atual senador pelo PTB de Alagoas), (José) Sarney (atual presidente do Congresso), Itamar Franco e Fernando Henrique. Discutir quem não é candidato não faz muito sentido", afirmou.
Serra apontou deficiências no país nas áreas da segurança, prevenção de tragédias, infraestrutura e na questão tributária e repetiu o slogan: "O Brasil pode mais." "Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou. Lula também colocou muita coisa por diante. Sou de acordo com ele de que devemos dar os créditos a quem fez. E podemos fazer mais."
Nessa linha, o tucano prometeu, mais um vez, que, se eleito, manterá o programa de transferência de renda Bolsa-Família, criado pelo governo Lula. "Eu vou manter e reforçar o Bolsa-Família porque é uma coisa que funcionou", afirmou e gabou-se: "O programa juntou bolsas do passado. Uma delas eu criei quando era ministro da Saúde, a bolsa alimentação para mães que amamentam e para crianças pequenas."
O presidenciável disse ainda que pretende manter o nível no debate da campanha eleitoral. "Uma coisa é responder ao que dizem a meu respeito. Outra é baixar o nível. Isso não vou fazer."


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