19 de abril de 2010

TWITTER; A APOSTA DOS CANDIDATOS


Por Renata Meliga
Jornal do Brasil - 19/04/2010

Com pouco menos de três meses para o início oficial das campanhas eleitorais, os pré-candidatos já começaram a se articular pela internet. A candidata do PT, Dilma Rousseff, por exemplo, estreou no Twitter, num domingo, às 19h, e em uma semana já tem mais de 26 mil seguidores.

A ex-ministra da Casa Civil Dilma foi a última presidenciável a aparecer no Twitter. José Serra, por sua vez, começou a utilizar a ferramenta em maio de 2009, e hoje, tem mais de 200 mil seguidores. Marina Silva (24 mil ) e Ciro Gomes (14 mil) também participam da rede de relacionamento.

Para Valdir Pucci, professor de ciência política e direito eleitoral do UDF Centro Universitário, a internet ainda é um veículo ascensão, principalmente na área de campanhas eleitorais.

– Vamos começar a marcar as campanhas com o uso da internet agora, mas ainda não conseguiremos usufruir tudo o que ela tem a nos oferecer – ressalta Valdir Pucci.

Para o professor, o principal problema da veiculação de campanhas pela internet é a falta de acessibilidade da população.

– Nem todas as pessoas no país têm acesso à internet. A campanha pela web terá como principal público o jovem com poder aquisitivo. Acho que poderemos verificar melhor os efeitos da campanha via internet, a partir de 2012 e principalmente em 2014.

O cientista político Antônio Flávio Testa também acha que a campanha eleitoral pela internet terá maiores efeitos nas próximas eleições, mas destaca outro item que pode fazer diferença: o telefone celular.

– Temos que universalizar o acesso à internet. Isso tudo ainda que não avançou porque o custo é muito alto. Diferentemente do celular, que quase todo mundo tem acesso – destaca. – O uso de torpedos foi muito importante na campanha de Barack Obama e no Brasil não será diferente.

Valdir Pucci concorda com a opinião de Testa, mas informa que tem que haver uma boa estratégia para uso do celular celular.

– Os estrategistas de campanha devem focar nos torpedos por celular. Eles chegam a quase toda a população. Mas muito cuidado deve ser tomado, já que uma mensagem enviada de maneira errada pode prejudicar toda a campanha. Eles têm que identificar o que o eleitor espera receber.

Regulamentação

Para os candidatos vale tudo quando o tema é eleição. Todos os partidos têm direito a propaganda eleitoral gratuita no rádio, televisão e agora na internet. Mas vários cuidados devem ser tomados quando o assunto é a web. A Justiça Eleitoral estabelece regras para regular o uso da internet nas eleições deste ano.

A campanha pela grande rede permitirá ao candidato divulgar propostas de governo, obedecendo a regras do Tribunal Superior Eleitoral.

A propaganda na internet só será liberada a partir de 6 de julho e o candidato só poderá usar site próprio, do partido ou da coligação. Além disso, as propostas e projetos podem ser divulgados em blogs e até mesmo em sites de mensagens instantâneas, como o Twitter.

O candidato que violar as regras pode desembolsar até R$ 30 mil, em multas.

Alteração

No dia 8 de abril, o TSE alterou a resolução 23.191, que dispõe sobre a propaganda eleitoral e procedimentos proibidos em campanha eleitoral. As modificações foram feitas para isentar a internet e outros meios de comunicação eletrônicos das regras estipuladas para o debate entre candidatos, realizados pelas emissoras de rádio e televisão

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