
Pronto, o minúsculo PP converteu-se num partido estratégico na sucessão presidencial. O senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP, passou a figurar nos bastidores como alternativa de vice de José Serra. Eleito senador pelo Rio de Janeiro, mas político de estilo mineiro, Dornelles administra o súbito prestígio adquirido e vai ganhando tempo.
O nome de Dornelles voltou a circular com força. A colunista Mônica Bergamo revelou que um dos coordenadores da campanha tucana disse que a negociação ocorre de forma discreta e agrada ao partido.
Dornelles também é apoiado pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, seu primo. Aécio não aceitou o convite para ser vice de Serra e deve concorrer a uma vaga no Senado neste ano.
Existem três razões fortes que estão levando o tucanato admitir Dornelles na Vice
1. Embora faça política no Rio, Dornelles é da família de Aécio Neves. É mineiro de Belo Horizonte. Foi criado em São João del Rey, na casa do tio, Tancredo Neves, de quem era sobrinho por parte de mãe. Por parte de pai, Dornelles tem outro parentesco forte na política: sobrinho de Ernesto Dornelles, primo do presidente Getúlio Dornelles Vargas. Como vice, reforçaria os laços de Serra com Aécio e com Minas.2. Atraindo Dornelles, Serra se livraria do contragosto de ter de engolir um vice do DEM, opção da qual prefere se abster.3. O PP de Dornelles alargaria em algo como 2,5 minutos a vitrine televisiva de Serra. Uma necessidade, já que Dilma tem, hoje, quase o dobro de tempo do rival.
Os defensores da opção Dornelles dentro de PSDB entendem que Dornelles poderia reforçar a conquista de votos para Serra em Minas Gerais além do Rio de Janeiro, já que ele é mineiro, desmontando também a resistência de todos aqueles que sonhavam com a candidatura de Aécio. Não esquecem que a opção Dornelles aumentaria o tempo no horário eleitoral. Seu partido tem dois minutos na TV. O tempo que aumentaria, seria retirado do tempo do PT.
Procurado pela imprensa, Dornelles que não desmentiu nem confirmou a possibilidade; declarou apenas que não se deve desmentir boato que começa a circular porque ai é que o pessoal fica achando que é verdade.
A grande questão é que o PP nos últimos oito anos apoiou enfaticamente o governo Lula e tem vários cargos no governo, inclusive um ministério - o das Cidades o que coloca em dúvida uma mudança tão drástica do partido em favor da oposição.
Mas, a competência do presidente nacional do PP, senador Francisco Dornelles, não é de se botar defeito. No estilo dos políticos mineiros ele tem a habilidade suficiente para contornar todos os obstáculos e dificuldades.
É bom lembrar que Tancredo, quando foi eleito presidente, encarregou Dornelles de conversar com os militares e aparar as arestas. Na ocasião, Dornelles promoveu conversas sigilosas com os militares e limpou o terreno para o posse de Tancredo, que só não ocorreu por causa da doença que acabou causando a morte do presidente eleito.
Não se deve esquecer que ele é o único presidente de partido, dos que integram a base do governo, que ainda não declarou apoio explícito a candidatura de Dilma Rousseff.
Recentemente, Dornelles foi procurado, pelo presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que foi pedir o apoio do PP à candidatura de Ciro Gomes. Ciro e Dornelles residem no mesmo prédio, no Rio de Janeiro. O presidente do PSB voltou de mãos abanando. O senador Dornelles lhe disse que o partido estava fechado com Dilma Rousseff na maioria dos Estados. Mas Dornelles, que dá nó em pingo d’água, vem até agora, ganhando tempo, empurrando com a barriga, adiando o momento para anunciar a posição oficial do partido.
Enquanto isso, a cúpula do PT tenta apressar a adesão do PP à coligação governista. Assediado pelos dois lados, o PPPP decidiu não decidir. O PP vai gerir o cerco duplo com um olho grudado no desenrolar da pré-campanha e outro na evolução das pesquisas.
A incerteza faz a campanha ficar divertida. Os aloprados do PT e toda a gang de petistóides amestrados que infestam a internet berra contra a "direitalha" do PP e acusa Serra de fazer aliança com o partido da direita, ao qual estão filiados Maluf e Delfin Neto, aliados de Lula, juntamente Renan Calheiros, Sarney, Jader Barbalho, Collor e outras coisas mais..
Todavia, no caso, se Dorneles e o seu PP não se bandearem para o Serra e permanecem com o PT, a pixação da petralha termina e os pepistas voltam à esquerda
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