8 de julho de 2009

MESTRE VITALINO - 10 DE JULHO - CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO

Caruaru, cidade nordestina do estado de Pernambuco, situada a poucos quilômetros do Recife.
Nela existe uma feira famosa, com uma folclórica separação dos animais. Em um canto ficam "os bichos de dois pés" (galinhas, patos), em outro canto ficam "os bichos de quatro pés" (bodes, carneiros, bois).
Na feira, um dia, apareceu um menino. Vitalino Pereira dos Santos.
A obra ingênua desse menino, hoje conhecido como Mestre Vitalino , tornou-se uma significativa mensagem de brasilidade, que alcançou os mais distantes centros culturais do mundo. Os bonecos de barro de Vitalino são peças de museus e de coleções particulares.Atraem as atenções de turistas, de estudiosos do folclore, de pesquisadores, enfim de todos que amam a arte popular.
Vitalino Pereira dos Santos, Mestre Vitalino, nasceu, perto do rio Ipojuca, em 10 de julho de 1909. Seu pai, humilde lavrador, construiu um forno para queimar peças de cerâmica que sua mãe fazia, para melhorar o orçamento familiar. A mãe de Vitalino, artesã, preparava o barro que ia buscar nas margens do rio Ipojuca. Depois, confeccionava peças de cerâmica utilitária, que vendia na feira.
Vitalino, na época ainda pequeno, um menino, brincava com as sobras do barro que sua mãe lhe dava. Todo dia, ela fazia assim, para que o menino não atrapalhasse o seu trabalho.
Vitalino se divertia com a sobra do barro, e começou a modelar boizinhos, jegues, bonecos, pratinhos com as sobras do barro que recebia de sua mãe.
Quando a mãe de Vitalino colocava as peças para "queimar" no forno, ele também colocava no meio as suas figurinhas, suas miniaturas.
No fim da semana, os pais de Vitalino iam a feira para vender as peças produzidas. Carregavam o material junto com frutos do trabalho na lavoura e enchiam os caçuás do jegue. Vitalino também botava no jegue o produto da sua brincadeira, e começou a vender seus bonecos que representavam as figuras do cotidiano do agreste e do sertão pernambucano.
A partir de 1930, com 20 anos de idade, Vitalino fez os seus primeiros grupos humanos, com soldados e cangaceiros, representando o mundo em que vivia. Sua capacidade criadora se desenvolveu de tal maneira que acabou se tornando o maior ceramista popular do brasil. Fazia peças representando retirantes, casas da farinha, terno de zabumba, batizado, casamento, vaquejada, pastoril, padre, Lampião, Maria Bonita, representando seu povo, o seu trabalho, as suas tristezas, as suas alegrias. Retratava em suas peças o seu mundo rural. Mais tarde começou a fazer bonecos sob encomendas: dentistas, médicos Passou também a pintar as figuras para agradar aos compradores da cidade, que adoravam aqueles bonecos pintados, cheios de cores.
Vitalino era analfabeto. No princípio começou a carimbar suas peças. Depois, aprendeu a colocar seus nomes nos bonecos. Assim, fazia para autenticas as peças de sua criação.
Mestre Vitalino Pereira dos Santos faleceu em 1963 deixando escola e continuadores. Seus filhos, Severino e Amaro, continuam a sua obra, recriando no barro os personagens do mundo nordestino.
Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino era um ceramista popular porque retratava em seus bonecos de barro a cultura e o folclore do povo nordestino. Essa retratação é classificada pelos especialistas como arte figurativa..
Parte de sua obra pode ser contemplada no Museu do Louvre, em Paris, na França
Mestre Vitalino foi tema de enredo da Império da Tijuca, no carnaval de 1977, e que 2009 voltará a ser tema de enredo da mesma escola.
Na próxima sexta feira, dia 10 é o dia do CENTENÁRIO DO NASCIMENTO do Mestre VITALINO. Esse registro é nossa homenagem

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