9 de julho de 2009

APOSENTADOS NÃO ACEITAM AUMENTO DE 6,14%

MANCHETE DO AGORA SÃO PAULO EM 09/07/2009


DE JUCA GUIMARÃES


O governo promete para o início de agosto uma proposta de reajuste acima da inflação para os 8,1 milhões de segurados que recebem mais do que o piso (R$ 465) do INSS.
Atualmente, para quem ganha acima do piso, o valor do benefício é reajustado apenas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Os 18,3 milhões de benefícios que recebem o piso têm o mesmo reajuste do mínimo.
Se houver acordo com as entidades de aposentados, será o primeiro aumento real dado aos segurados que recebem mais que o mínimo desde 2002, quando a inflação foi de 9,03% e os aposentados receberam 9,20%.
Segundo fontes do governo e dos aposentados, um dos índices em estudo pelo governo seria 6,14% --2,5 pontos percentuais de aumento real mais a inflação (prevista em 3,64%). O aumento seria válido para a folha de janeiro, com pagamento em fevereiro.
Mas o índice não agradou os aposentados. "É inferior às perdas dos últimos anos", disse Lindinalva Pereira, diretora do Sintap, sindicato dos aposentados da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A Cobap (confederação nacional de aposentados e pensionistas) disse que espera, pelo menos, um aumento de 8,9% --igual ao que deve ser dado ao mínimo em 2010.
O presidente do Sindinap (sindicato dos aposentados da Força Sindical), João Batista Inocentini, reclamou da falta de diálogo com o governo para discutir o aumento.
"Eles [o governo] dificultaram as negociações e agora vêm com uma proposta ruim. Queremos discutir melhor a recuperação do poder de compra dos benefícios", disse.
O senador Paulo Paim (PT-RS), autor da emenda que prevê o mesmo índice de reajuste do mínimo para todos os benefícios, em análise na Câmara, também considerou a proposta de 6,14% do governo muito tímida. "É pouco. Para ter uma recomposição de perdas, o índice teria que ser acima de 9%", afirmou Paim.
Com o aumento de 6,14%, o aposentado que recebe hoje R$ 900 iria receber R$ 955,26.
"Queremos a criação de um índice de inflação dos idosos com uma política de recuperação das perdas", disse Inocentini.

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