11 de julho de 2009

HONDURAS: MEDIAÇÕES TERMINAM SEM ACORDO

DAS AGÊNCIAS


TEGUCIGALPA (Reuters) – Os esforços diplomáticos para resolver a crise de Honduras, fracassaram nesta sexta-feira. A "primeira fase" do diálogo que procura solucionar a grave crise política em Honduras,, terminou hoje na Costa Rica sem acordo, mas com "avanços", apesar das duras posições mantidas tanto por Manuel Zelaya, como por Roberto Micheletti. Um complicador para a continuação das negociações é posição de aliados esquerdistas do presidente deposto que prometeram que ele vai retornar ao poder enquanto o governo interino não mudou de posição.
Zelaya e Roberto Micheletti, não chegaram a um acordo nem mesmo se encontraram pessoalmente nas conversações para mediação da crise, realizadas na quinta-feira na Costa Rica.
Eles deixaram em seu lugar delegados para tentar fazer o diálogo avançar, mas parece ter havido pouco progresso nesta sexta-feira e as esperanças de uma rápida solução da crise parecem desvanecer-se.
A decisão de continuar dialogando, em uma data e lugar ainda não definidos, foi o principal resultado de dois dias de conversas mediadas pelo presidente costarriquenho, Óscar Arias. Arias também conseguiu estabelecer uma agenda de temas a tratar, mas preferiu não divulgá-la. No entanto, não conquistou um de seus principais objetivos desta fase: reunir Zelaya e Micheletti em uma mesma mesa de negociações.

Chávez, o inflamado líder venezuelano, declarou as conversações da Costa Rica "mortas antes de começarem". Ele pediu um embargo comercial total a Honduras
Falando em Caracas, Chávez também criticou o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ter produzido as conversações mediadas pelo presidente da Costa Rica, dizendo que não pode haver negociações com "um usurpador" em Honduras.
Os comentários de Chávez pareciam prestes a reacender os temores de que ele e outros países aliados esquerdistas de Zelaya, como Cuba e Nicarágua, possam procurar ajudar o presidente deposto a retomar o cargo pela força ou por uma insurreição popular.
Zelaya fez uma tentativa malsucedida de voltar a Honduras no domingo, com o apoio de Chávez, e tem sido aconselhado pelos EUA a negociar em vez de tentar forçar novamente seu retorno. Ele diz que está se empenhando em "métodos pacíficos, não-violentos" para retomar o posto.
“Lamentamos profundamente as desafortunadas declarações de um presidente da América do Sul sobre este importante processo de mediação”, expressou o ex-chanceler hondurenho Carlos López, líder da comissão nomeada na quinta-feira por Micheletti, durante sua breve visita a San José.López assegurou que sua delegação mantém a posição de encontrar uma saída que respeite a Constituição hondurenha e elogiou o trabalho realizado por Arias nas reuniões em sua residência particular em San José.

Micheletti foi nomeado pelo Congresso depois do golpe e diz que a remoção de Zelaya foi legal porque ele violou a Constituição ao tentar alterar o limite do mandato presidencial. Em Honduras, o presidente só pode ser eleito para um mandato, de quatro anos. Micheletti afirma que se Zelaya voltar ao país terá de enfrentar a Justiça.
Uma pesquisa CID-Gallup publicada pela mídia em Honduras na quinta-feira mostrou que 41 por cento dos hondurenhos acham que a destituição de Zelaya foi justificada enquanto 28 por cento se opõem ao golpe

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