2 de julho de 2009

INDEFINIÇÃO QUANTO A PERMANÊNCIA DE SARNEY ABRE DEBATE SOBRE SUCESSÃO


A ameaça de renúncia de Sarney produziu vários resultados. Um deles, que era o objetivo do senador maranhense amedrontou o PT, que já ensaiava aumentar a pressão pela licença, fazendo o partido do governo recuar, e voltar a dar o seu apoio a permanência de Sarney.
Mas, apesar do apoio do PT, Sarney não governa mais o Senado. Todos sabem que ele acabará deixando vaga a presidência, por licença ou por renúncia.
Essa constatação precipitou o debate sobre quem será o sucessor de Sarney e ocupará cadeira de presidente do Senado.
PSDB e DEM tentam desenhar o perfil do candidato ideal. Pedro Simon(PMD RS), Neuto do Couto (PMDB SC) ou Garibaldi Alves (PMDB - RN). O nome ainda não foi definido, mas já se conclui que terá de ser alguém do PMDB. Isso inviabiliza a possibilidade de aceitação de Marco Maciel, primeiro a ser cogitado pela oposição
Tião Viana (PT-AC) com disfarçado constrangimento, disse que não entra na disputa. “Nem que a cadeira fosse pintada de ouro”.
Mas, Renan e seu grupo, dividem seus esforços, de um lado, na tentativa de manter o companheiro na presidência, e de outro, na condução de um “Plano B”, que, por ora, articula quatro nomes : Romero Jucá, Garibaldi Alves e os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Edison Lobão (Minas e Energia).
Hélio Costa, com as atenções voltadas para eleição do governo de Minas, talvez não se interesse. Lobão, aliado e fiel seguidor de Sarney, participaria da disputa como um seis que se dispõe a substituir o meia dúzia.
Restam Garibaldi e Jucá. O primeiro foi o presidente que substituiu Renan Calheiros. Não fez feio. Jucá, líder de Lula no Senado, responde a três inquéritos no STF. Num deles, é acusado de crime de responsabilidade por desvio de verbas públicas. No início do governo Lula, foi nomeado para o ministério da Previdência, mas não emplacou, derrubado por uma enxurrada de denúncias de corrupção.
Na terça-feira, Garibaldi foi um dos três senadores do PMDB que defenderam publicamente que Sarney se licencie do cargo. A tendência é de que a presidência permaneça nas mãos do PMDB. A avaliação entre os peemedebistas é a de que não há nomes viáveis e de consenso na bancada de 19 senadores em condições de suceder Sarney sem entrar em confronto com o Palácio do Planalto. As pretensões de Garibaldi de ocupar a presidência da Casa só se tornarão realidade em uma negociação de consenso entre todos os partidos.
A Constituição proíbe a reeleição de presidentes do Congresso na mesma legislatura. Garibaldi comandou o Senado entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2009 e, por isso, não pôde concorrer à reeleição no início deste ano. Agora, mesmo com a eleição de Sarney em fevereiro último, Garibaldi não poderia disputar novamente a cadeira de presidente do Senado porque está na mesma legislatura. “Não tem nenhuma vaga desocupada, não tem porquê se falar nisso”, desconversou Garibaldi sobre sua eventual candidatura à sucessão de Sarney

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