31 de julho de 2009

LULA DIZ QUE NÃO RECEBEU PEDIDO DE SARNEY PARA CONVERSAR SOBRE SENADO

DA FOLHA ONLINE

GABRIELA MANZINI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que a permanência do senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado é um problema que os parlamentares devem resolver após o recesso.
"Não é um problema meu [a permanência de Sarney]. Eu não votei para eleger Sarney presidente do Senado nem votei para ele ser senador do Maranhão [Sarney é senador pelo Amapá]. Também não votei no [Michel] Temer [PMDB-SP para a Câmara] nem no [senador] Arthur Virgílio [PSDB-AM]. Não votei para ninguém. Eu votei para os senadores de São Paulo. E somente o Senado que o elegeu é que pode dizer", afirmou o presidente, em São Paulo.
Lula disse que ainda não há nenhum pedido de Sarney para conversar sobre seu futuro político e a possível renúncia da presidência do Senado. Reportagem publicada hoje na Folha informa que Sarney vai decidir seu futuro numa conversa pessoal com o presidente na próxima semana.
Segundo a reportagem, Lula e Sarney se falaram nos últimos dias por telefone. O presidente da República insistiu em pedir que o senador não renuncie ao comando do Senado. O peemedebista disse que seu desejo é resistir, mas que para isso precisa de apoio.
"Não há nenhum pedido de conversa com o presidente Sarney. Ele e o presidente da Câmara [Michel Temer], na hora que pedirem para falar comigo, terão uma conversa comigo", afirmou Lula.
O presidente disse ainda que não pode interferir nos trabalhos do Congresso nem na crise do Senado. Porém, admitiu que os problemas no Poder Legislativo podem atrasar a votação de projetos importantes para o país.
Ele afirmou ainda que espera que os senadores se reúnam com "cabeça fria" após o recesso para normalizar a situação.
"O Senado e a Câmara têm autonomia em relação ao Executivo. Todo mundo sabe que a paralisia do Legislativo pode criar problemas para o país, que projetos importantes podem ser retardados. Tudo o que espero é que o Congresso, agora, com a cabeça fria depois de dez dias de férias para todo mundo, que se reúnam como adultos que são todos, com mais de 35 anos de idade, e decidam normalizar a atuação do Senado. Mais do que isso eu não posso pedir", afirmou.

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