31 de julho de 2009

CÚPULA PEEMEDEBISTGA QUER REVERTER DESGASTE

Por LUCIANA NUNES LEAL

O E STADO DE SÃO PAULO - RJ, 31/07/2009


Membros se calam sobre Sarney, mas estudam nota em defesa do partido

Obrigado a se envolver na crise do Senado, por pressão dos aliados de José Sarney (AP), o comando nacional do PMDB procura um caminho para tentar frear o desgaste do partido. Nos últimos dias, deputados discutiram saídas para reagir à imagem de legenda fisiológica e adesista a qualquer governo que lhe garanta cargos e poder. Está pronta uma carta em defesa do partido e a cúpula discute se vai divulgá-la no portal do PMDB na internet e transmitir aos diretórios estaduais.A síntese da mensagem é dizer que o PMDB está "legitimado nas urnas", com as maiores bancadas no Senado e na Câmara, 1.200 prefeituras e nove governadores. Também justifica o apoio aos governos do tucano Fernando Henrique Cardoso e do petista Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro, diz a cúpula, garantiu a estabilidade econômica. O principal argumento para a adesão a Lula são as ações "voltadas para a justiça social".O texto reitera o respeito à opinião pública e às cobranças pela moralização das instituições. Sobre as denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não há nenhuma referência.Entre os deputados, um grupo quer um manifesto em favor do PMDB. Outros argumentam que a defesa pública não vai diminuir a série de denúncias de favorecimento a parentes e aliados que pesam contra Sarney e, portanto, seria inócua.Nas discussões sobre a posição do comando da sigla, houve até quem defendesse a retomada da ideia de uma candidatura própria à Presidência, abandonada por falta de nomes.Licenciado da presidência do PMDB, o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), e sua substituta, a deputada Íris Araújo (GO), mantiveram o máximo de distância dos escândalos que envolveram Sarney. No entanto, tiveram que concordar com a iniciativa do líder no Senado, Renan Calheiros (AL), de encaminhar ao Conselho de Ética denúncia contra o tucano Arthur Virgílio (AM).Apesar dessa iniciativa, a direção partidária continua a não se manifestar sobre a situação cada vez mais difícil de Sarney nem de comprar briga com a oposição ou os senadores petistas - como o líder Aloizio Mercadante (SP) -, defensores do afastamento de Sarney do cargo. Temer tem conversado com Sarney, mas evita dar declarações sobre a crise no Senado. Também não se ouve dos governadores do PMDB nenhuma manifestação pública em defesa do senador. O portal do partido não fala em crise e divulga ações dos parlamentares, governantes e ministros peemedebistas, inclusive na seção "PMDB na mídia". Defensor de Sarney, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), diz que "o canal já está aberto para a hora em que for necessária uma manifestação do partido, mas por enquanto é uma questão interna do Senado". Segundo ele, nomeações de amigos e parentes foram uma prática comum no passado, só agora combatida. "A ética praticada anteriormente não é mais adequada atualmente. Tem de mudar, mas não tem de sacrificar alguém."

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