1 de setembro de 2009

REGRAS DO PRÉ-SAL AMPLIAM PODER DO ESTADO NA EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO E ASSUTAM MERCADO

Lula transforma lançamento do marco regulatório em ato de campanha para Dilma

Ações da Petrobras caem 4,4%. Empresários, podem cortar investimento


O noticiário dos principais jornais revela que o presidente Lula anunciou, com tom nacionalista e estatizante, o lançamento das novas regras para a exploração do pré-sal. A cerimônia de lançamento foi apresentada em tom que lembra o nacionalismo da campanha "O petróleo é nosso", dos anos 40. È interessante porque acontece depois de 14 anos daaprovação de Emenda Constitucional (PEC) que quebrou o monopólio do petróleo.Nos projetos de lei enviados ao Congresso, o governo cria a PetroSal, empresa que terá o papel de fiscalizar e ditar o ritmo de produção e exploração das reservas. A Petrobras, que no regime atual de concessão disputa os leilões como qualquer outra empresa, passaria a ser operadora de todos os campos e teria 30% de todos os blocos. A concepção estatizante e as dúvidas em relação à operação de mega capitalização da Petrobras (que pode receber US$ 100 bilhões) deixaram o mercado apreensivo. Empresários disseram que podem reduzir investimentos. Em Nova York e em São Paulo, os papéis da empresa caíram 4,4%. O governo decidiu manter a urgência constitucional para a tramitação dos projetos.
O presidente criticou o "enfraquecimento" da Petrobras nos anos 90 e defendeu maior participação da União na exploração das riquezas como ocorrerá se o Congresso aprovar o modelo de partilha de produção.
Lula disse que governo e Congresso devem tomar decisões corretas para a riqueza, não virar "maldição". Ele deu ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), amostras de petróleo, nafta, gasolina e óleo diesel.Em seguida, o petista sugeriu que as amostras fossem abertas no Congresso para que deputados e senadores pudessem "dar uma cheiradinha" quando os debates sobre o tema ficassem acalorados.



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