28 de janeiro de 2010

EX´PRIMEIRA DAMA, HILLARY PODE SER 1ª MULHER PRESIDENTE DOS EUA



A senadora Hillary Clinton apareceu durante meses como a favorita das pesquisas nacionais para ser a candidata democrata à Presidência nas eleições de novembro de 2008. No entanto, Barack Obama conseguiu reverter a situação, vencendo em mais Estados e somando maior número de delegados que a ex-primeira-dama, que agora luta para manter sua candidatura viável.
Hillary se apresenta como a candidata mais experiente, pronta para assumir o governo da maior potência mundial. Segundo Barbara Kellerman, professora da John F. Kennedy School of Government, da Universidade de Harvard, especialista em mulheres na política, há pouco espaço para questionamentos acerca da experiência de Hillary.
Nossos presidentes nem sempre têm uma vasta experiência, e ela, com certeza, possui mais [experiência] do que muitos em diversos aspectos", afirma Kellerman. "Independentemente do que as pessoas pensem sobre ela, não creio que possam achar que é despreparada".
O sobrenome do marido e ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) é um grande trunfo, como ficou claro nos últimos meses, em que ele lotou os comícios nos quais apoiou a campanha de Hillary.
Para muitos, ele estaria "retribuindo" os favores que Hillary lhe fez ao perdoá-lo por suas famosas infidelidades.
Ainda está gravada na mente de muitos americanos a imagem dos Clinton cruzando os jardins da Casa Branca em 1998, após a descoberta de que Bill tinha tido um romance com Monica Lewinsky, uma estagiária da residência oficial. Na ocasião, o casal saiu de férias com a filha Chelsea. Apesar dos problemas conjugais, ela permaneceu ao lado do marido.
Iraque
A decisão a recompensou politicamente, pois foi eleita para o Senado em 2001. Em 2003, como parlamentar, a ex-primeira-dama votou a favor da invasão do Iraque --fato pelo qual nunca se desculpou, para não demonstrar sinal de fraqueza.
No entanto, Hillary afirmou em discurso que "vamos enfrentar todos os problemas que herdaremos e que são responsabilidade do presente governo, entre os quais pôr fim à guerra no Iraque e trazer nossos soldados para casa, fornecendo-lhes todo o apoio de que necessitem".
No ano passado, ela defendeu o seu voto no Senado a favor de considerar a Guarda Revolucionária do Irã como um grupo terrorista
A senadora por Nova York diz que um de seus principais objetivos será conseguir que os EUA recuperem a "liderança", a "credibilidade" e a "autoridade moral perdida no mundo".
Infância
Nascida em 1947 em Chicago, ela foi criada em uma família rígida, na qual não se aceitava a "fraqueza de caráter".
A imprensa americana cita freqüentemente uma recordação de seu pai, Hugh Rodham, que depois de a pequena Hillary chegar um dia em casa com as maiores notas, disse que estudar naquele colégio devia ser "muito fácil".
Em outra ocasião, quando Hillary reclamou de que alguém implicava com ela na escola, a mãe, Dorothy, respondeu que na casa dos Rodham "não havia lugar para covardes".
Segundo os analistas, a rígida educação a ajudou a desenvolver uma personalidade forte, que fez com que lidasse melhor com os golpes políticos que ela e o marido tiveram que suportar.
Os americanos decidirão nos próximos meses se encontram em Hillary as qualidades necessárias para elegê-la a primeira mulher a chegar à Casa Branca.
Para a professora de Harvard, entre os democratas, Hillary é a mais preparada para ser presidente, "que realmente sabe muito sobre trabalhar e morar em Washington".
Emoção
No dia 8 de janeiro, a pré-candidata democrata à Presidência surpreendeu o público ao se emocionar enquanto falava sobre as dificuldades em manter o controle da campanha. "Não é fácil, não é fácil", disse a senadora, lentamente, com os olhos marejados.
"Eu não poderia fazer [as campanhas] se eu não acreditasse apaixonadamente que é a coisa certa a ser feita. É muito pessoal para mim."
Hillary sentiu-se frustrada com a ascensão de Obama, seu principal adversário. Mas ela está também preocupada com o fato de sua estratégia política e seus discursos não expressarem o desejo de mudança dos eleitores democratas.
Em um evento, ao lado de seu marido, Bill Clinton, a senadora de 60 anos disse que os Estados Unidos precisam "de um presidente que não apenas pede mudanças, ou exige mudanças [em referência a Obama], mas um presidente que vai produzir mudanças.
"Exatamente como eu tenho feito há 35 anos", afirmou ela.

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