2 de agosto de 2011

Jucá pede desculpas a Dilma por declarações de irmão exonerado

 O senador Romero Jucá, líder do governo na Senado, pediu desculpas à presidente Dilma Rousseff, pelas declarações do irmão, Oscar Jucá Neto, que disse à revista Veja que havia um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura com vistas a beneficiar o PMDB e o PTB. O senador aproveitou o final da reunião da coordenação política para conversar com a petista. - "A presidente ouviu [as explicações] e disse que está tudo bem", afirmou o senador.

Conhecido como Jucazinho, o irmão do senador foi exonerado da diretoria da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ao autorizar, sem permissão e sem especificar a finalidade dos recursos, um pagamento a uma suposta empresa de fachada. "Participei da reunião de coordenação nesta manhã e, ao final, conversei com a presidente Dilma, expliquei o episódio, pedi desculpas, marquei minha posição contrária à entrevista do meu irmão e prestei solidariedade ao ministro Wagner Rossi. A presidente ouviu e disse que está tudo bem", confirmou Jucá. Na fala à publicação, o irmão de Jucá relatou um suposto "acerto" no atraso do pagamento de R$ 14,9 milhões em dívidas à Caramuru Alimentos, empresa de armazenagem de grãos. De acordo com ele, o acerto aconteceria porque representantes da Conab queriam aumentar o valor para R$ 20 milhões. Deste total, R$ 5 milhões seriam repassados por fora. Oscar Jucá disse que não autorizou o pagamento, mas a denúncia o derrubou da direção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última quarta-feira (27).

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentou junto à Comissão de Agricultura da Casa um requerimento para que o ministro Wagner Rossi dê explicações sobre o caso.

"Estamos diante de um modelo promíscuo em que a corrupção se instalou em todas as áreas do governo, tanto no primeiro quanto no segundo escalão. O ideal seria constituir uma CPI da corrupção, mas sabemos das dificuldades", admitiu Dias.

Participaram da reunião de ontem com a presidente o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Miriam Belchior; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho; de Relações Institucionais; Ideli Salvatti; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e de Minas e Energia, Edison Lobão, além dos líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) e no Congresso, Mendes Ribeiro (PMDB-RS)

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